QM, Londres
A regiao do norte de Londres e' interessante. A cerca de 1 km da casa do Reza fica uma colina, com um tal de Alexandra Palace no topo (Ali Pali no dialeto local). Do alto, da para ver quase toda a cidade. Em volta da colina, existe um anel quase initerrupto de parques (alguns ligados por pontes cobertas de arvores). Nao sao parques tipo o Hyde park, com jardins e gramados bem cuidados. Alguns sao verdadeiras florestas, com caminhos de terra.
Na verdade, Londres e' uma cidade muito singular; em qualquer outra grande cidade que eu conheco vc ve grandes conjuntos de predios ligados por avenidas largas. Em Londres, nao so' quase tudo e' horizontal (na maior parte da cidade as torres das igrejas sao os pontos mais altos), mas tambem as ruas sao estreitas e meio erraticas; e a cidade e' interrompida por uma profusao de parques e jardins. De noite isto e' ainda mais evidente evidente, ao inves de conjuntos geometricos de janelinhas ligadas por linhas bem definidas de luzes de sodio, aqui so se veem fiapos de luz se espalhando entre janelinhas de todo tipo, entrecortados pelas manchas pretas formadas pelos parques.Parece algo organico.
Domingo fomos conhecer estes tais parques junto com um ex-estudante portugues do Reza. Passamos por uma feira de agricultores. Varias coisas interessantes, queijos e tal. Tinha um cara que fazia (e vendia) Biltong (um tipo de carne seca ao vento sul-africana, temperada usualmente com pimenta, sal e coentro). Este tipo de mercado e' uma das melhores maneiras de conhecer um pais. Fui em algo parecido (uma pouco mais urbano porem) em Paris, e no mercado de Ajaccio. Nenhum deles e' o mercado central de BH, mas sao bastante interessantes, e muito diferentes entres si.
O Reza cozinhou o almoco (e jantar). Comida vegetariana bem natureba, mas muito gostosa. So' sinto falta de coca cola... Uma garrafinha aqui custa o equivalente a uns R$ 10, entao estou tomando agua (quem diria!). De tarde fui passear no centro, conhecer algumas das coisas que mudaram por aqui desde minha ultima visita. Fui no british Museum, onde eles reformaram totalmente o reading room. Colocaram um teto de vidro com suportes geodesicos que achei muito bonito. Apesar do toque moderno,combina bastante com o resto do museu. O ceu azul tb ajudou bastante. Fui descendo por Charing cross road (varias livrarias aparentemente fecharam, mas ainda ha' bastante coisa) ate' Trafalgar square. Eles ligaram a praca diretamente a National gallery. Fui andando ate' o rio, passei por uma nova ponte de pedestres bastante elegante, e cheguei na London eye (a roda gigante). Nao subi (vou fazer isso qdo tiver mais tempo). Fui ate' o metro e voltei para casa a tempo de assistir ao jogo.
Na casa do Reza, quem gosta de futebol e' a Emma (a mulher dele). Assim como meu pai, ela e' daquelas que fica reclamando dos jogadores e xingando o juiz. Estavamos todos torcendo por portugal, mas os gregos, na maior reviravolta desde as guerras persas, acabaram ganhando.
PS Falando em gregos, o tal Ajax que da nome a cidade de Ajaccio era um dos herois gregos da Illiada. Ele lutou contra o Heitor, mas varios pentametros iambricos depois nenhum dos dois conseguiu matar o outro. Decidiram entao por uma tregua; em sinal de respeito, Heitor recebeu um cinto cravejado de pedras de Ajax, e Ajax uma adaga +1 of Hydra Slaying (mais ou menos...). Ironicamente, Aquiles usou o tal cinto para amarrar o corpo de Heitor na sua biga, e arrasta-lo em volta das muralhas de Troia. E Ajax se matou coma faca, quando ficou decidido que Ulisses, e nao ele, receberia a armadura do entao recem falecido Aquiles (morto por uma flechada no calcanhar homonimo, cortesia de Paris, irmao de Heitor). Com este imbroglio o Homero consegue demontrar ao mesmo tempo a estupidez, honra e tragedia da guerra (e frescura, no caso de Ajax se-nao-me-derem-a-armadura-eu-choro).
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