sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Casa, Rio de Janeiro
Dia da independência

Hoje, muito ironicamente, é o dia da independencia do Líbano. É irônico porque o país nunca conseguiu escapar da sina de ser joguete e campo de batalha por procuração de seus vizinhos e quase-vizinhos. Hoje ele se encontra em uma encruzilhada, que pode leva-lo de volta ao, ou livrá-lo de vez do, sufocante abraço da Siria.

O bicho está pegando por lá. Essencialmente, os dois lados em que o pais se dividiu, conhecidos como 14 de Março (apoiados pelos EUA, França e Arabia Saudita) e 8 de Março (apoiado pelo Irã e pela Siria) não se entendem sobre a eleição do presidente do pais. O atual, Emille Lahoud, é um pau mandado sírio, e foi a extensão do seu mandato passando por cima da constituição local, que levou o ex-premiê Hafik Hariri a romper com Damasco. Os sirios controlavam o pais então, e não gostaram muito da ideia. Rafik Hariri foi vaporizado em uma enorme explosão no centro de Beirute poucos meses depois. Credito extra para quem adivinhar por quem.

O atentado galvanizou o pais. Uma mobilização popular sem precendentes (com alguma ajuda dos amigos*) pegou os sírios de surpresa, e os forçou a retirar suas tropas de ocupação. Desde então, para encurtar (e simplificar quase ao ponto de fábula) a história, o pais se dividiu entre anti-sirios e pró-sirios. Esta divisão, e todas as ramificações bizantinas dela decorrentes, é a mola mestra da historia recente do Líbano. A guerra do Hizbollah contra Israel, por exemplo, faz muito mais sentido neste contexto do que puramente no contexto do conflito arabe-israelense (c.f. meus posts anteriores sobre o assunto).

Algum dia Amanhã eu termino este post.
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* Em particular os americanos, cuja presença no vizinho Iraque, armados até os dentes e liderados por um presidente com fama de psicopata, provavelmente fez os baathistas em Damasco meditarem sobre o destino dos baathistas em Bagdá. Os sauditas, principais aliados dos Hariris, também não ficaram muito felizes, e ninguem gosta de irritar os sauditas.

PS: Caralho! Mataram a Benazir Bhutto!

RAWALPINDI, Pakistan (CNN) -- Former Pakistan Prime Minister Benazir Bhutto was assassinated Thursday outside a large gathering of her supporters where a suicide bomber also killed at least 14 of her supporters, doctors and a spokesman for her party said.

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