domingo, 19 de novembro de 2017

UA 511, Espaço aéreo entre Boston e Washington
Nunca se sabe, quando se voa United






UPDATE: Até que a United foi bem razoável na sua resposta. Eles reconheceram o erro, pediram desculpas e me devolveram o dinheiro

Quando o policial me perguntou, no aeroporto em Houston em julho deste ano, por que eu levava um capacete preso à minha mochila, eu quase respondi: "Quando se viaja United, nunca se sabe". Pensava obviamente no passageiro que havia sido arrastado de um avião da empresa por razões estupidas. Só não fiz a piada, após profunda consideração, pela notória falta de senso de humor e mentalidade literal de seguranças de aeroporto.

Hoje eu volto para o Brasil; saindo de Boston, faço conexão em Washington e São Paulo, e chego no Rio amanhã. Mas ao tentar fazer meu check-in em Boston, só conseguia pensar em como a piada acima subitamente parecia menos engraçada.

Sempre viajo com minha bicicleta dobrável. Ela cabe em uma mala, dentro dos limites de peso e tamanho da United e outras companhias. E normalmente viajo pela United, sem problemas ou taxas adicionais. A política explícita da empresa permite o seu embarque como bagagem regular*, e seria irracional tratar de forma diferente uma bagagem que, para todos os efeitos práticos para a empresa, é indistinguível das demais.

Mas não existe argumento, fato ou bom senso que demova um ser humano pensante depois que este decidiu se tornar um autômato cumpridor literal de regras que não escreveu nem entende. Eu não tinha acesso a internet, e os funcionários em Boston aparentemente não possuem as habilidades elementares de compreensão de texto. Eles me fizeram retirar a bicicleta de sua mala, desdobrá-la, e colocá-la em uma caixa de papelão ('vendida' por módicos U$25), enorme e de aparência frágil, que obviamente foi pensada para guardar uma bicicleta não dobrável de tamanho normal. E me fizeram pagar U$200 pelo privilégio.

Volto ao Brasil em breve, e espero que a equipe de atendimento ao cliente seja mais racional do que seus colegas bostonianos...

____________________
* I.e., "If the bicycle(s) are packed in a container that is less than 50 pounds (23 kg) and 62 (158 cm) total linear inches (L + W + H), there is no bicycle service charge"

Por que viajar assim...
...se você pode viajar assim?

Continue lendo...>>

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Mount Vernon Convention Center, Washington DC
AC em DC

Luz e sombra
Estou em DC, mais uma vez para uma reunião da SfN. Já virei freguês; tenho restaurantes, livrarias e Smithsonians favoritos, e consigo pedalar pela cidade sem muita ajuda de mapas.

Não tive ou terei muito tempo livre desta vez. Mas na 6a, quando cheguei, eu tinha algumas horas antes do meu AirBnB estar disponível. Sob um céu sem nuvens e muito frio, fui pedalar pelo Mall. Visitei o (muito interessante e importante) Smithsonian de historia e cultura afro-americana, passei pelo memorial da guerra da Coreia, comprei uns livros e fui comendo um almoço intermitente em food trucks pelo caminho.

Na SfN propriamente dita, não há muito o que relatar. Apresentei meu poster no primeiro dia, meu simpósio no último (hoje), e passei mais tempo falando com colaboradores (atuais, futuros e em potencial) e pessoas interessantes em geral do que propriamente ouvindo palestras. Meus almoços eram em Chinatown, e transformava em jantares as várias bocas-livres em socials da SfN. Neste sentido, o baile presidencial foi particularmente nababesco; e o Meet the Editors da Science, além da boa comida, tinha um certo ar de gift shop de parque temático. Entre autores fazendo lobby por seus artigos e as filas no open bar, era possível coletar canetas da Science. Post-its da Science. Conectores USB da Science. Baralhos da Science. Protetores labiais da Science. Pastilha de menta da Science. Paninhos de limpar tela da Science. Não vi bonecos de pelúcia e orelhas de camundongo com o indefectível logotipo, mas acho que é só uma questão de tempo.


Pyonyang or bust
Psiu jovem... Você já experimentou... Tensores?

Continue lendo...>>