Pousada da Serrinha, entre Ouro Preto e Mariana
Nobis peccatoribus
Atrás da pousada há uma trilha subindo a 'Serrinha' epônima. É só atravessar um par de porteiras, ignorar um aviso da CEMIG (a trilha passa embaixo de uma linha de transmissão), e subir/escalar uma combinação de pedras e degraus de erosão, para chegar do outro lado, onde existem simpáticas cachoeiras.
Visitamos algumas igrejas hoje. Eu sempre achei o barroco daqui muito mais interessante do que propriamente bonito. O rebuscado, a afetação e, francamente, o completo triunfo da forma sobre a substância presentes neste estilo sempre me irritaram. Deste ponto de vista, é notável o contraste entre a NS do Pilar (a matriz) e a NS do Rosário. A primeira é coberta de ouro, e não há um centimetro quadrado exposto que não seja decorado e fractalmente rebuscado. Toda esta decoração é aplicada, porém, em uma estrutura de madeira que recobre o interior da nave (incluindo pseudo-colunatas que fingem sustentar o teto), e é pregada na alvenaria que efetivamente sustenta a igreja, como um cenário de teatro. O uso da luz natural é evitado quase completamente, e o resultado geral é opulento, mas um tanto opressor. Notem, não critico a habilidade técnica de quem fez a igreja; o efeito é intencional, e reflete bem a visão torturada de mundo de um catolicismo colonial em plena contra-reforma. É exatamente a inspiração religiosa que guia a técnica que me incomoda.
Bom, é blogagem suficiente por hora. Depois eu subo as fotos.
PS: Fotos aqui. Infelizmente fotografia é proibida dentro das igrejas.
NS do Rosário
Nenhum comentário:
Postar um comentário