Pousada da Serrinha, entre Ouro Preto e Mariana
Nobis peccatoribus
Eu e a Ceci estamos passando o fim de semana por aqui, após deixar o Gabriel sozinho com os meus pais pela primeira vez. Por razões obvias, ficar extensivamente postando no meu blog não figura no topo da minha lista de prioridades no momento. Seguem somente algumas observações rápidas
Atrás da pousada há uma trilha subindo a 'Serrinha' epônima. É só atravessar um par de porteiras, ignorar um aviso da CEMIG (a trilha passa embaixo de uma linha de transmissão), e subir/escalar uma combinação de pedras e degraus de erosão, para chegar do outro lado, onde existem simpáticas cachoeiras.
Ontem, e hoje, fomos jantar e almoçar no Piaccere, uma restaurante de massas de Ouro Preto. Alguns casais tem uma música ou poema; nos temos um restaurante... Não é exagero; não vamos lá há mais de 10 anos e mesmo assim o garçom nos reconheceu. A comida continua ótima (e eu digo isso como alguem que não pede massas com frequencia em restaurantes porque em geral eu posso fazer melhor).
Visitamos algumas igrejas hoje. Eu sempre achei o barroco daqui muito mais interessante do que propriamente bonito. O rebuscado, a afetação e, francamente, o completo triunfo da forma sobre a substância presentes neste estilo sempre me irritaram. Deste ponto de vista, é notável o contraste entre a NS do Pilar (a matriz) e a NS do Rosário. A primeira é coberta de ouro, e não há um centimetro quadrado exposto que não seja decorado e fractalmente rebuscado. Toda esta decoração é aplicada, porém, em uma estrutura de madeira que recobre o interior da nave (incluindo pseudo-colunatas que fingem sustentar o teto), e é pregada na alvenaria que efetivamente sustenta a igreja, como um cenário de teatro. O uso da luz natural é evitado quase completamente, e o resultado geral é opulento, mas um tanto opressor. Notem, não critico a habilidade técnica de quem fez a igreja; o efeito é intencional, e reflete bem a visão torturada de mundo de um catolicismo colonial em plena contra-reforma. É exatamente a inspiração religiosa que guia a técnica que me incomoda.
O interior da NS do Rosário, por outro lado, consiste em sua maior parte da pedra nua cor de caramelo típica da região, que considero muito mais agradável ao olhar e ao tato do que madeira pintada de dourado. O traçado interno segue assim o externo, uma elegante combinação de curvas; e a iluminação é provida por uma série de claraboias próximas ao teto. É uma composição mais harmônica, e um lugar muito mais acolhedor.
Bom, é blogagem suficiente por hora. Depois eu subo as fotos.
PS: Fotos aqui. Infelizmente fotografia é proibida dentro das igrejas.
Atrás da pousada há uma trilha subindo a 'Serrinha' epônima. É só atravessar um par de porteiras, ignorar um aviso da CEMIG (a trilha passa embaixo de uma linha de transmissão), e subir/escalar uma combinação de pedras e degraus de erosão, para chegar do outro lado, onde existem simpáticas cachoeiras.
Ontem, e hoje, fomos jantar e almoçar no Piaccere, uma restaurante de massas de Ouro Preto. Alguns casais tem uma música ou poema; nos temos um restaurante... Não é exagero; não vamos lá há mais de 10 anos e mesmo assim o garçom nos reconheceu. A comida continua ótima (e eu digo isso como alguem que não pede massas com frequencia em restaurantes porque em geral eu posso fazer melhor).
Visitamos algumas igrejas hoje. Eu sempre achei o barroco daqui muito mais interessante do que propriamente bonito. O rebuscado, a afetação e, francamente, o completo triunfo da forma sobre a substância presentes neste estilo sempre me irritaram. Deste ponto de vista, é notável o contraste entre a NS do Pilar (a matriz) e a NS do Rosário. A primeira é coberta de ouro, e não há um centimetro quadrado exposto que não seja decorado e fractalmente rebuscado. Toda esta decoração é aplicada, porém, em uma estrutura de madeira que recobre o interior da nave (incluindo pseudo-colunatas que fingem sustentar o teto), e é pregada na alvenaria que efetivamente sustenta a igreja, como um cenário de teatro. O uso da luz natural é evitado quase completamente, e o resultado geral é opulento, mas um tanto opressor. Notem, não critico a habilidade técnica de quem fez a igreja; o efeito é intencional, e reflete bem a visão torturada de mundo de um catolicismo colonial em plena contra-reforma. É exatamente a inspiração religiosa que guia a técnica que me incomoda.
O interior da NS do Rosário, por outro lado, consiste em sua maior parte da pedra nua cor de caramelo típica da região, que considero muito mais agradável ao olhar e ao tato do que madeira pintada de dourado. O traçado interno segue assim o externo, uma elegante combinação de curvas; e a iluminação é provida por uma série de claraboias próximas ao teto. É uma composição mais harmônica, e um lugar muito mais acolhedor.
Bom, é blogagem suficiente por hora. Depois eu subo as fotos.
PS: Fotos aqui. Infelizmente fotografia é proibida dentro das igrejas.
NS do Rosário
Nenhum comentário:
Postar um comentário