O aniversário do Costela serviu como desculpa para nos reunirmos na roça do supracitado (aqui, e doravante, todas as pessoas mencionadas fizeram, fazem, ou vivem com que fez, Física na UFMG). Fui com o Gordinho e a Nádia, e me encontrei com pessoas que atendem por Batatinha, Pará, Indhira, e outros nomes menos exóticos. Cozinhei, comi, falei, ouvi, dormi, fui acordado por ruidos cthonicos, pratiquei tiro ao alvo com chumbinho em um alvo do Cthulhu, li dois livros e meio, nadei em uma micro-cachoeira.
Para quem nunca participou de um encontro destes, é difícil descrever o que exatamente fazemos no nosso idílio rural, e porque achamos o mesmo tão agradável. É, em parte, uma maneira de relaxar, entre amigos, em um ambiente no qual qualquer tipo de estrutura ou organização parece um rumor distante perfeitamente ignorável. A forma como fazemos e servimos comida, parte essencial de todo o processo, é bastante emblemática. Não fizemos, propriamente, refeições. Os alimentos vão sendo preparados de forma mais ou menos contínua, em ritmo variado ditado pela fome e nivel de embriagues geral, por um grupo flutuante de pessoas sem função muito bem definida, e comidos na medida da progressão da fome de cada um.
Obviamente, qualquer sociedade governada desta forma entraria em colapso em questão de horas. Porém, ou o corpo (ex)discente da Física/UFMG consegue evitar tal destino de alguma (e possivelmente quântica) forma, ou é assim que o colapso social se parece.
Não pensem, porém, que somos por isto um grupo de desleixados. O Costela não para quieto, eu gosto de cozinhar, a Indhira encarnou uma espécie de vigilância sanitária pro-bono, e o Gordinho demonstrou extrema criatividade acústica e alcance vocal ao roncar. As metaforas me escapam; o que parecia uma turbina desregulada se transformava subitamente nos extertores finais de um Wookie sufocado, que se transmutava na descompressão explosiva de uma capsula espacial... Fui acordado por esta sinfonia cthonica algumas vezes (uma delas, agarrado no pé de alguém, sabe-se lá porque), mais pelo assombro do que por qualquer incômodo propriamente dito. Há rumores que o marido francês da Indhira é ainda mais sonoro. Fica aqui o pedido, para a Nádia e Indhira, para que combinem alguma noite um dueto em concerto, a ser gravado e distribuido no youtube.
E depois me perguntam porque eu sinto saudades deste povo...
PS: Só subi o post na 5a... Que vergonha
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<< Pronto!