domingo, 25 de maio de 2008

Vastitas Borealis, Marte
O pouso da Phoenix

A sonda e seu paraquedas, vistas de órbita

20:50 GMT -0300

Estou acompanhando o pouso (amartizagem?) da sonda Phoenix em Marte. Estou acompanhando pela CNN e pela NASA TV; a última notícia é que a manobra de frenagem atmosférica foi bem sucedida, e o sinal do orbitador foi recebido.

A proposta da Phoenix é ser uma sonda relativamente barata e arriscada. A parte mais complicada de qualquer viagem para Marte é o pouso. Diversas combinações de retrofoguetes, air bags e paraquedas foram tentados ao longo dos anos; e a maior parte fracassou. Em termos de astronomia planetária, Marte provavelmente é o planeta mais azarado.

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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Casa, Rio de Janeiro
|Líbano Vive> + |Líbano Kaput>

Estamos no ano 2008 depois de Cristo. Todo o Líbano foi dominado pelo Hizbollah e seus aliados... Todo? Não! Uma montanha habitado por irredutíveis Drusos resiste ainda e sempre ao invasor.
A situação no Líbano está ainda mais confusa que o habitual. A vitória militar do Hizbollah e aliados foi rápida e (quase! veja abaixo) completa. Mas as consequências políticas ainda permanecem bastante obscuras. Por um lado, ganha peso a teoria segundo a qual o Hizbollah (e seus patronos sírios e iranianos) agora pode ditar os termos que quiserem para o governo e que, na sua variação mais extrema, afirma ainda que o Líbano como uma comunidade multiconfessional cosmopolita está acabado: o seu futuro consistiria em alguma combinação de guerra civil intermitente, tutela e rapinagem sírias, e ação livre para os iranianos.

Por outro lado, alguns partidários do 14 de Março afirmam que a vitória do Hizbollah é (de novo) oca. Os sunitas, maronitas e drusos agora estariam unidos em seu ódio profundo ao partido de Deus (e, por extensão, xiitas em geral), e o mito da resistência heróica legítima que Nasrallah e cia construíram em torno de si estaria definitivamente desacreditado. Mas agora que o Hizbollah provou que pode se impor pela força, e os Sírios parecem estar voltando, munidos de carros-bomba e agentes secretos e não-tão-secretos, será que o que a maioria pensa ou sente ainda importa?

Neste contexto, a confusão em torno do resultado da batalha travada entre os drusos[1] habitantes do Shouf[2] (situado nas estratégicas encostas do Monte Líbano), e o Hizbollah e aliados é não só emblemática da dificuldade que existe em entender a situação no Líbano, mas pode ainda indicar se a oposição a combinação de poder de fogo do Hizbollah e a infiltração síria ainda é factível.

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sábado, 10 de maio de 2008

Casa, Rio de Janeiro
O Líbano caiu do telhado


O Hizbollah e aliados controlam Beirute ocidental. A maior parte da luta ficou por conta dos milicianos do Amal e do 'Partido Social-Nacionalista Sírio'*, lutando contra membros do 'Movimento (do? para? de volta para o?) Futuro', sunita e liderado pelo Hariri jr. O exército libanês, que havia antes tomado uma postura solomonica de não se envolver na briga, parece agora estar ajudando timidamente o 8 de Março, desarmando milicianos sunitas e negociando a rendição de seus redutos.

A coisa toda esta cada vez mais parecida com um golpe de estado, planejado e executado com a competência típica do Hizbollah. Milicianos xiitas rapidamente assumiram o controle das principais vias de acesso à capital(e, em particular, da estrada para o aeroporto de Beirute). Jornais e estações de TV ligados ao governo (e em particular, aos Hariri) foram invadidos (e, em pelo menos dois casos, queimados) e colocadas fora do ar ou circulação. Edifícios do governo e as residências de alguns dos lideres do 14 de Março foram cercadas. Os Sírios demonstram seu talento cômico ao afirmar que os eventos no Líbano são um 'assunto interno' (assunto interno sírio é provavelmente o que eles têm em mente), enquanto o Irã obviamente culpa Israel e os EUA. Os apoiadores do 14 de Março, por outro lado, não parecem estar dispostos a tomar uma atitude mais enérgica em favor de seus protegidos, se estes não parecem dispostos a fazer o mesmo. Deste modo, as reações até agora foram confusas, se resumindo em geral a obviedades diplomáticas e piedosas homilias em favor da paz e reconciliação.


* Um grupo de inspiração nazista que defende a ideia de uma 'Grande Síria', que incluiria o Líbano, a Jordânia, Israel, Palestina, o Sinai (no Egito) e a região em volta de Iskederum (na Turquia). Eles têm a mania de pendurar posteres do Assad jr. (oculista e presidente da Síria nas horas vagas) por onde passam.

** O atual comandante do exército libanês; ele havia sido proposto pelo próprio 14 de Março como um candidato a presidência 'de consenso' (o que no caso queria dizer aceitável para a Síria e o Hizbollah). O 8 de Março bloqueou sua nomeação porque queria também direito a nomear um número suficiente de ministros para ser capaz de bloquear qualquer decisão do governo. Os eventos recentes, porém, aparentemente mostram que Suleiman, mais do que simplesmente 'aceitável', está totalmente do lado da Síria.

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quinta-feira, 8 de maio de 2008

LNAC, Rio de Janeiro
O Líbano subiu no telhado


O Líbano está agora em um estado incipiente de guerra civil. O conflito, inicialmente entre o governo e o Hizbollah, já começou a degenerar em alguns subúrbios de Beirute em conflito sectário entre xiitas e sunitas, mediado por tiros e RPGs (do tipo que se lança, não do que se joga).


Para as notícias mais recentes, recomendo o Naharnet (um jornal) e o Blacksmiths (um blog). Para comentários, veja os blogs dos dois Abus, Kais e Maqawama.

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terça-feira, 6 de maio de 2008

Casa, Rio de Janeiro
Dez Mandamentos...

... para situações táticas. Tema e título meio estranhos, mas sendo este blog o que é, duvido que alguém se surpreenda. Escrevi os mandamentos abaixo inspirado por uma campanha de Shadowrun que estamos jogando, mas acho que eles se aplicam a qualquer situação de risco. Obviamente minha experiência *prática* na vida real com tais coisas é quase nula.

Dez Mandamentos para situações táticas


1 - Sempre tenha um plano

2 - Um plano imperfeito agora é melhor que um plano perfeito depois

3 - Esteja ciente de suas circunstancias, e adapte seus planos a elas

4 - Planeje quando possível, improvise quando preciso

5 - Lidere, siga, ou saia do caminho

6 - Aja de modo a enfatizar seus pontos fortes e relevar seus pontos fracos

7 - Sempre tenha uma rota de fuga

8 - Só lute quando absolutamente necessário

9 - Não lute limpo

10 - Pense e aja. Nesta ordem.