Casa, Rio de Janeiro
Buon giorno mondo!
Indeed. A captain in Kabul and a cosmologist discussing anime and web comics. The world is a freaking wondrous place. I wouldn’t have it any other way. I’d send you to his blog, but I think it is Italian. It is named Milliways Lounge, which we all know is the Restaurant at the end of the Universe. Oh, heck here it is anyways. Maybe one of you speaks Italian.
Acho que todo mundo se lembra de como eram os primeiros dias em uma escola nova. Você chegava em uma sala cheia de pessoas desconhecidas, se sentindo deslocado. Após um silêncio meio constrangido, fazia alguns comentários inofensivos e piadinhas para quebrar o gelo, e tentar entender qual é a desse povo novo. Aos poucos, ia engrenando conversas, descobrindo interesses em comum, até fazer alguns novos amigos. Dias, semanas ou meses depois, você finalmente se tornava parte de uma rede de relações humanas na qual se sentia confortável.
Escrever em um blog pessoal é um processo semelhante. O que você escreve pode potencialmente ser lido por todo o mundo. Além disso, sendo uma pessoa curiosa, você vai fuçando internet afora. Não importa qual seja o seu interesse, em alguma URL tem alguem dizendo algo interessante a respeito. Você entra nos blogs que vai descobrindo, e vê raciocínios tão brilhantes ou bobagens tão ultrajantes que não podem ficar sem resposta. Posta um comentário tímido aqui e acolá, até se envolver em discussões, brincadeiras e brigas de foice, convencer e ser convencido. Depois de um tempo, você vira figurinha carimbada em certas comunidades.
Seguindo os links de seus comentários, ou através de blogs dos seus amigos, ou por pura sorte, as outras pessoas também vão trombando com o seu blog. Elas deixam comentários, e links para os seus próprios blogs.
E então, antes que se dê conta, você achou sua turma. Não um grupo de colegas que tem um comum uma escola ou local de trabalho, mas um conjunto difuso de pessoas, possivelmente em todo o mundo, que compartilham pelo menos em parte seus interesses e temperamento. Porquê esta é a característica realmente única da comunicaçao pela internet, você cria ralações totalmente baseadas em afinidades, sem nenhuma restrição de cunho geográfico, profissional ou familiar.
O paragrafo no inicio deste post foi escrito por um americano que está atualmente no Afeganistão. Ele no meio de uma guerra por lá, eu escrevendo tese por aqui, e mesmo assim nós dois podemos discutir animação japonesa. Eu fico feliz de saber que uma coisa destas é possível (mesmo que ele tenha achado que o meu blog era em italiano). Também gostei de discutir política brasileira com um israelense, futebol e topologia com blogueiras catarinenses, e propor charadas para um português e vários brasileiros espalhados pelo mundo (UPDATE: e discutir politica com um membro do Hizbollah).
A minha relação com estas pessoas é um pouco diferente da relação que tenho com meus amigos em carne e osso (vários dos quais também estão na rede). Pelo menos por enquanto, é como se um aspecto da minha personalidade se relacionasse com um aspecto da personalidade deles. Eu por exemplo sei em detalhes o que o Doug Traversa acha de Evagelion (que o Fernando afirma entender), e sobre o Taliban. Mas não sei se ele é calmo ou agitado, para qual time ele torçe, o que ele gosta de comer, etc., coisas que descobrimos quase sem querer sobre qualquer conhecido casual não-virtual. É uma maneira nova de se relacionar com as pessoas, e acho que ainda não nos demos conta de todas as implicações quando isto deixar de ser a exceçao para se tornar a regra.
3 comentários:
Bruno, tava pensando nisso essa semana. Impressionante como escrever num blog e visitar outros blogs pode trazer surpresas tao boas (pelo menos ate' agora).
É verdade! Outro dia entrou aqui a Lys, uma Astronoma que estava no Japão, e que veio ao meu blog pelo Blogblogs, mas te conhece. É igual eu disse, na internet as pessoas se encontram por afinidade, não geografia.
Eu espero não chegar às comunidades. Pelo menos até agora nunca entrei no Orkut. E não tenho vontade. Só curiosidade mas preguiça de cadastrar.
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