Ponto de ônibus, Colle Val d´Elsa
Como ser persuasivo sem elevar a voz
Estou me sentindo perigoso... Hoje, para variar, demorei para acordar, corri para arrumar as minhas coisas e pedalei furiosamente até a estação de ônibus, sobressaltando diversos pombos e transeuntes ocasionais. Acabei chegando quase meia hora antes do horário de partida do ônibus que faria o primeiro trecho do meu périplo até Lisboa (Volterra -> Colle Val d´Elsa), o que me permitiu tomar um café com leite (o leite daqui é muito bom!) rápido e escrever o último e apressado post. Mas entrei no ônibus ainda com fome...
Alguns minutos depois, em alguma cidade perdida no meio da Toscana, o ônibus para, e nele subiu um adolecente que provavelmente é a fonte do verbete ´revoltado´ na wikipedia: Gel de cabelo suficiente para paralisar um urso, headphones descomunhais ligados em um ipod com capa púrpura, e uma cara de ´life is pain´ de dar pena. Ele estava ouvindo algum tipo de música techno repetitiva que parecia ser gerado por uma daquelas maquininhas de Tetris vendidas por camelôs, em um volume alto o suficiente para incomodar, sentado como estava na janela oposta a minha. Não querendo ter uma cansativa discussão em uma língua que eu não falo (´por faviore pogna echo catzo musica un picolo ma piano´?!) com um idiota que provavelmente já estava meio surdo, eu simplesmente liguei o meu próprio ipod, em um volume mais civilizado e com uma música melhor.
Meia hora depois, a fome apertava. Tirei então da mala o meu saco de mantimentos: pecorino curado, linguiça de javali, creme de tartufo e um pão que havia emprestado do restaurante em que jantara na noite anterior. Abri então meu canivete, com a intenção de fazer o que geralmente faço com um canivete: cortar o queijo, fatiar a linguiça e passar creme de tartufo no pão, etc. Mas o meu co-viajante imediatamente olhou para mim, olhou para o canivete (que, admito, tem uma lâmina um tanto ameaçadora), olhou para mim novamente, e rapidamente abaixou o volume do seu ipod e adquiriu um súbito interesse pela paisagem que passava. Comi o meu lanche em bem-vindo silêncio.
Juro que não era esta a minha intenção, mas foi uma maneira efetiva de impor civilidade...
Alguns minutos depois, em alguma cidade perdida no meio da Toscana, o ônibus para, e nele subiu um adolecente que provavelmente é a fonte do verbete ´revoltado´ na wikipedia: Gel de cabelo suficiente para paralisar um urso, headphones descomunhais ligados em um ipod com capa púrpura, e uma cara de ´life is pain´ de dar pena. Ele estava ouvindo algum tipo de música techno repetitiva que parecia ser gerado por uma daquelas maquininhas de Tetris vendidas por camelôs, em um volume alto o suficiente para incomodar, sentado como estava na janela oposta a minha. Não querendo ter uma cansativa discussão em uma língua que eu não falo (´por faviore pogna echo catzo musica un picolo ma piano´?!) com um idiota que provavelmente já estava meio surdo, eu simplesmente liguei o meu próprio ipod, em um volume mais civilizado e com uma música melhor.
Meia hora depois, a fome apertava. Tirei então da mala o meu saco de mantimentos: pecorino curado, linguiça de javali, creme de tartufo e um pão que havia emprestado do restaurante em que jantara na noite anterior. Abri então meu canivete, com a intenção de fazer o que geralmente faço com um canivete: cortar o queijo, fatiar a linguiça e passar creme de tartufo no pão, etc. Mas o meu co-viajante imediatamente olhou para mim, olhou para o canivete (que, admito, tem uma lâmina um tanto ameaçadora), olhou para mim novamente, e rapidamente abaixou o volume do seu ipod e adquiriu um súbito interesse pela paisagem que passava. Comi o meu lanche em bem-vindo silêncio.
Juro que não era esta a minha intenção, mas foi uma maneira efetiva de impor civilidade...
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