Radiology Building, Walter Reed AMC, Washington
Observações e comentários
Estou em uma conferência interessante. Ontem um professor sul-africano demonstrou (de forma amplamente ilustrada) como extrair o cérebro de um elefante usando uma serra elétrica. O tecido é fixado por 200 litros de formol bombeados através de uma carótida com o diâmetro de uma mangueira de jardim, e retirado de uma caixa craniana cuja espessura chega a 15cm em certos pontos. Segundo o meu intrépido colega, a carne do elefante não é particularmente apetitosa; mas a tromba é reservada ao lider tribal local.
Hoje vimos diversos vídeos onde um cientista italiano faz caretas para um macaquinho, enquanto eletrodos registram a atividade de um dos neurônios-espelho deste último. E pensar que o cara é pago por isso (e eu sou pago para assistir!)...
Neste momento, dois professores estão praticamente se estapeando devido à discordancias a respeito da natureza e estrutura do Tálamo. Eu não exagero; eles obviamente se odeiam, e este não é o seu primeiro confronto. "Já que você se considera uma histoquímico melhor do que eu, deveriamos talvez trocar experiências educacionais" - "Sim, eu sou um melhor histoquímico que você!" - "Está a seu critério resolver esta controvérsia. Eu desafio você a visitar o meu laboratório e ver como fazemos as coisas por lá" - "Eu não tenho tempo de refutar todos os seus pontos, mas se você vier ao meu laboratório talvez eu posa lhe ensinar algo sobre o tálamo"
O encontro ocorre no interior do principal complexo médico do exército americano. Do ponto de vista prático, este fato tem duas consequencias principais: Em primeiro lugar, os participantes do congresso são completamente dependentes das vans que vão e vêm do hotel quando o encontro começa e termina; ou melhor, aqueles participantes que não compraram uma bicicleta dobrável são completamente dependentes das vans. Além disso, o almoço se dá no refeitório do hospital aqui ao lado. A perpectiva de viver da comida de hospital(1) do exército(2) americano(3) não é exatamente tentadora, mas até agora tenho sobrevivido, com a ajuda generosa dos numerosos coffee breaks.
Para terminar, uma lista comparando alguns alimentos cotidianos nos EUA e no Brasil:
Coisas que são mais gostosas nos EUA que no Brasil
Coisas que são menos gostosas nos EUA que no Brasil
Uma última observação: A quantidade de lixo descartado a cada refeiçao por aqui é assustadora. Entre pratos, talheres e copos de plástico; embalagens de alimentos, pacotes de codimentos e guardanapos, é uma pilha que vai para a lixeira todo dia.
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