sexta-feira, 21 de julho de 2006

Casa, Rio de Janeiro
(Keep walking)


Israel convocou reservistas, e ameaça invadir o sul do Libano. As forças especiais Israelenses já estão operando lá, e travaram batalhas ferozes com o HA, que aparentemente construiu uma extensa rede de bunkers e tuneis. Militarmente, a unica maneira de acabar com os Katyushas (os foguetes de menor alcance, extremamente portateis, do HA) é com uma invasão por terra; mas politicamente é um desastre. Todos os Libaneses se lembram da invasão israelense de 82*, e o risco de um atoleiro é alto. O Nasrala continua bravateando (após sobreviver a uma tentativa de assassinato), enquanto o pais a que ele nominalmente jura lealdade vai para o saco. Já são mais de 300 mortos e 500.ooo refugiados no Libano; em Israel os mortos passam de 30, e o norte do pais está paralisado. As linhas gerais de um eventual cessar fogo já estão delineadas, mas dificil será convencer o HA e a Siria a aceitarem, pq no final das contas só o HA tem algo a ganhar com a continuação da guerra (assumindo que ele nao seja dizimado); e a Siria precisa concordar com a demarcação da sua fronteira comum com o Libano para o acordo ir para a frente, por razões convolutas que eu explico depois.

Anyway, para uma apresentação bem mais didática do Who hates Who no oriente médio, veja este diagrama


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* Ariel Sharon, entao chefe do estado maior, e Menachem Begin, entao primeiro ministro, conceberam um plano para invadir o Libano e se livrar de uma vez por todas da OLP (Organizaçao pela Libertação da Palestina) que, após ser expulsa da Jordania, havia se instalada em um feudo semi-independente no sul do pais. Em segredo, também planejavam apoiar uma das facções na guerra civil Libanesa (os falangistas; um grupo cristão maronita com vocação para gangster. Todos as outras milícias etnico/religiosos ou eram gangsters ou fanáticas, ou alguma combinação bizarra dos dois.), para criar um governo mais amigavel para Israel. Para encurtar uma historia extremamente complicada, uma operação que devia durar alguns dias no sul do libano virou uma guerra que envolveu o cerco e bombardeio de Beirute, o massacre de centenas de refugiados palestinos pelos falangistas, com o apoio e conivencia dos israelenses, e a ocupaçao Israelense por 18 anos do sul do Libano, em uma guerrinha sordida com o HA.

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