sábado, 8 de julho de 2006

Casa (nova!), Rio de Janeiro

A melhor coisa do mundo é quando seu filho olha para você e sorri.

Estou de volta ao Rio a quase dois meses. Mas as vezes é mais fácil contar o tempo em termos do desenvolvimento do Gabriel. Nós viemos para cá na época em que ele começava a seguir as coisas com os olhos. Estavamos em pânico depois que a locação quase fechada de um ap na Gávea não aconteceu; tinhamos que começar o processo de alugar outro apartamento, ao mesmo tempo em que cuidavamos do Gabriel; e durante todo o tempo a histérica representante da dona do apartamento antigo ficou enchendo o saco para irmos embora.

Se a seleção tivesse sido tão eficiente quanto nossa procura/proposta/negociação a Italia já teria desistido de jogar e o Brasil seria campeão por default. Claro que já tinhamos a experiencia de mudar de casa uma vez, de achar um apartamento para alugar 5 vezes (2 nesse ano, longa historia), e de efetivamente alugar 2. Mas mesmo assim, na epoca em que o Gabriel começou a firmar o tronco, fizemos a mudança para um apartamento muito agradável no prédio ao lado do antigo.

Mudar nunca é simples, mas rapidamente desfizemos todas as caixas, eu preguei todas as estantes, quadros e demais penduricalhos na parede, instalei as tomadas nescessarias, a Ceci organizou os armarios, e contratou uma babá e uma empregada (agora temos staff!). A casa estava essencialmente habitavel na epoca em que o Gabriel descobriu o próprio pé. No nosso apartamento anterior demoramos mais de 6 meses para desfazer a última caixa...

A Dona Doida (apelido da histérica supracitada) ainda deu algum trabalho. Ela é responsavel por cuidar do nosso apartamento antigo (a dona é a correspondente do Globo em Nova York). É uma terefa que ela desempenha de forma atroz. Obviamente ela não entende nada de imóveis ou da lei do inquilinato, o que seria ruim porém contornável. Mas o problema sério é o seu temperamento histriônico, que exala antipatia e a torna quase impermeavel a lógica ou ao bom senso. Depois do nosso primeiro encontro, em que a locaçao foi quase desfeita (e a Ceci quase saiu no tapa), a responsabilidade de lidar com ela passou a ser inteiramente minha, como a metade mais calma e paciente do casal. E minha calma e paciência realmente foram testadas a ferro e fogo. A Dona Doida agia (e age) como se suas obrigações legais fossem um gasto inadimissível do seu tempo precioso, exceto no que se referia a extrair dinheiro dos inquilinos, que era feito com zelo messianico. O processo de vistoria e devolução das chaves, que não precisava durar mais do que dois dias, se arrastou por semanas, durante as quais ela nos acusou de roubar uma porta, tentou nos empurrar a responsabilidade do conserto da encanação enferrujada e cobrou cada centavo de todas as picuinhas, reais ou imaginarias, que ela conseguiu inventar (e.g., aluguel pelos dias que ela demorou para fazer a vistoria depois de efetuados os consertos, um periodo em que ela tinha as chaves e pleno usufruto do ap). Conseguimos nos livrar de algumas das cobranças mais ridículas, mas para reaver o deposito-caução perdemos algumas centenas de reais em cobranças indevidas (um preço pequeno a pagar para ficar livre daquela imbecil). Sinceramente, ainda tenho dúvidas se ela agiu motivada por má fé ou simples estupidez, mas é uma pena que um apartamento tão legal vá apodrecendo sobre os cuidados da Dona Doida. De qualquer maneira, o Gabriel começava a comer papinhas de fruta quando esta novela finalmente acabou.

Desde então fiquei por conta da *&^#%^ da minha tese (finalmente!). Geralmente trabalho de madrugada, já que o Gabriel acorda quase todo dia (a Ceci fica com as manhãs). O Gabriel já consegue pegar seus brinquedos, adora passear pela casa, e sente coçegas debaixo do braço. E a vida vai indo, assim, em família.

Um comentário:

Te amo do umbigo! disse...

Este foi o post mais estranho que eu já li.
Ele seria LINDO de morrer se a gente editasse todo o ódio sanguinário pela Dona Doida.
Mas retratou direitinho esse periodo da nossa vida.