RE3, entre Züssow e Berlim
A última Fritz Cola em Berlim
Entre uma conferência e outra, eu pedalo. Depois da FENS em Berlim e antes da Sociedade Anatômica em Oxford, pedalei entre Berlim e uma ilha no mar Báltico chamada Usedom. Passei por florestas densas, pântanos cheios de aves, parques eólicos e cidades da ex-Alemanha Oriental onde Trabrants ainda são dirigidos de forma não-irônica. Passei brevemente pela Polônia, na nesga oriental da ilha, a caminho da parada final em Peenemünde, onde Werner Von Braun et al. projetaram, testaram e construíram os foguetes V2 que choveram sobre Londres e Antuerpia nos meses finais da 2a Guerra.
Foram 327km e troco no total. Entre rodovias, trilhas asfaltadas e ladrilhadas, e picadas cascalhosas e arenosas de liquefazer a espinha, cheguei sem maiores transtornos.
Nos últimos anos a minha assiduidade neste blog tem sido patética; o que é uma pena, pois fiz algumas viagens bem interessantes. Eu começava escrevendo um post entre um trecho e outro, mas acabava o meu tempo ou ânimo, e eu não escrevia sobre os trechos subsequentes porque tinha ainda a intenção de terminar o anterior. O resultado foi um ou dois posts esparsos por viagem, se tanto, e uma penca de rascunhos espalhados por diretórios vários.
Desta vez, resolvi esboçar rapidamente um post a cada par de dias. No final (já no trem), escrevo um meta-post amarrando tudo, e vou então publicando um post por dia em ordem cronológica. Vamos ver se funciona...
De qualquer forma, estas são as horas derradeiras da minha primeira visita à Alemanha. No trem, passo na volta pelas cidades por onde passei na ida, de forma um tanto mais laboriosa. Conheci muita gente legal, reencontrei amigos que moram por aqui, e me enturmei com graus variados de desenvoltura linguística com ciclistas pelo caminho. Vou procurar por algo para fazer na cidade, em seguida pedalar até o aeroporto de Tegel, e de lá voar até a Inglaterra. Refaço, portanto, o caminho dos V2 de Peenemünde até Londres, embora (espero) fazendo menos estrago.