domingo, 26 de julho de 2009

Casa, Rio de Janeiro
39.1 C, Apocalipse XII e sarcófagos apertados

Estou de volta ao Brasil. Cheguei na quarta de manhã, e em poucos dias peguei uma gripe sinistra (mas não suína, aparentemente). Passei de indisposto na 5a, para mal na 6a, pré-febril no sábado e febril no domingo (hoje). Espero que esta progressão pare logo...

Viajar é bom, mas eu estava com muita saudade da minha família. Um mês é tempo demais...

O meu último dia na França foi uma sequência de viagens de volta: De Pontorson de volta à Caen, de Caen de volta à Paris, da Gare Saint-Lazare de volta à casa da Jacqueline, da casa da Jacqueline de volta ao aeroporto, e de Paris de volta para o Rio. De forma bem pouco característica, fiz todas as conexões com tempo de sobra, e ainda consegui fazer um pouco de turismo de úttima hora. Em Pontorson andei de bicicleta pela cidade, e tomei um lauto café da manhã em um hotel mais arrumado*. Os Hill vieram buscar a bicicleta exatamente no horário combinado, e peguei meu trem para Caen.

Em Caen, visitei rapidamente o castelo ducal de Guilherme, o Conquistador. Na sua época, era um dos mais fortes castelos da Europa, e hoje guarda em seu interior um profusão de museus e cafés. O destaque não óbvio fica por conta da série de esculturas de animais fantásticos colocados em pilastras de madeira (dependendo do meu humor, posso compará-los ao 'Livro dos seres imaginários', do Borges, ou ao Monster's Manual, do AD&D).

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terça-feira, 21 de julho de 2009

TER Basse Normandie, entre Pontorson e Avranches
Quando a maré encher


A dois anos os Hill, um casal de ingleses, resolveram se instalar na Bretanha, e viver de alugar bicicletas. É só ligar para eles de qualquer lugar da região, e em 40 minutos John e/ou Verônica chegam com sua bicicleta, capacete, colete reflexivo e kit para pneu furado. A devolução é feita da mesma forma. Acho que esta viagem se tornou perfeita para mim quando alugar uma bicicleta se tornou tão simples quanto pedir uma Pizza. Em inglês.

Resolvido o meu problema com o banco (graças ao skype e a velhinha do café), sai da penúria, arrumei um quarto em um hotel 'simples', e liguei para o John. Quarenta e cinco minutos depois, exatamente no horario combinado vejo da janela do meu quarto uma van dobrando a esquina, com uma bicicleta no capô e um casal de meia idade no interior (eu já falei que eles são ingleses? São praticamente um esteriotipo nacional ambulante. Chegaram exatamente no horario marcado, e me confiaram uma bicicleta em troca de pouco mais do que um aperto de mão). Parti imediatamente para Mont Saint-Michel.

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

L'Ete Cafe, Pontorson
Down and out in Pontorson and Mont Saint-Michel

Cheguei em Pontorson muito cedo hoje, com algumas ideias mas sem um programa fixo. Achei um hotel simpático, comprei o de sempre no Carrefour, tomei um café creme enquanto atualizava o blog, e me informei sobre horarios de onibus e aluguel de bicicleta. Mas só tinha um problema: Estou com 17 euros no bolso, e meus cartões continuam sem funcionar. Estou no momento sentado no café internet local (WiFi é muito parisiense, a coisa por aqui é ethernet!), de favor da velhinha monoglota que cuida do local, ligando furiosamente por skype para meu banco. Espero resolver a situação satisfatoriamente; senão, tenho o dinheiro exato para entrar na abadia em Mont Saint-Michel e pegar o RER da Gare du Nord para o aeroporto em Paris; tenho comida, casaco e capa de chuva, e estou me preparando para dormir em um matinho conveniente a meio caminho de Mont Saint Michel (planejava voltar andando de qualquer maneira).

Coincidentemente, enquanto vagava pela cidade a procura de um caixa eletronico que funcionasse (tentei todos), ao passar pela igreja local (ND de Pontorson), ouvi o som de um orgão tocado de forma solene. Entrei e me deparei com uma igreja normanda típica (embora esteja na Bretanha): Pesada, traços limpos (mas alguns arcos ogivais, não clássicos); escura com janelas muito luminosas; fria e com cheiro de pedra; e inspirando a sensação de contemplação e tranquilidade. Eu era a unica pessoa na igreja, pensei. Exceto pelo organista, que nem se deu o trabalho de me olhar enquanto eu andava pela igreja, e cada passo e clique meu parecia soar como um sino. O cara não era muito bom, mas a música soturna era extremamente apropriada ao meu estado de mendicante medieval munido de laptop. Depois de apreciar a musica e a situação por mais alguns minutos, sai e fiz meu piquenique sob a sombra do campanário.

UPDATE: Resolvi o problema. Adeus vida mendicante!

Hotel Rennes, Caen
A vingança do rei Haroldo

Passei o dia de ontem pedalando pela baixa Normandia. Hoje embarco para Pontorson, a 10km de Mont Saint Michel, e acabo de descobrir que, pelo menos aqui, e hoje, nenhum de meus cartões de crédito funciona, nem como crédito nem em caixas eletrônicos. Vamos ver o que eu faço...

A chegada a Caen foi absurdamente civilizada. Peguei um mapa local, indicações de hoteis e as tabelas com horarios de trens já no saguão da gare; organizei o meu itinerário e comprei as passagens até Paris com um funcionario extremamente simpático, e atravessei a rua até um café com WiFi, para um pouco de cafeina e para subir o post anterior, bater um papo com a Naira por skype, e criar uma conta para a versão local do Velib. Me dirigi ao meu hotel, no mesmo quarteirão, onde consegui um quarto com o dono (monoglota, mas gente fina), tomei um banho, deixei a mochila, e sai, atravessande novamente a rua e retirando a minha bicicleta alugada para meu passeio até as praias do Dia D.

Caen é conhecida por essencialmente duas razões: A invasão normanda da Inglaterra em 1066 , e a invasão da Normandia a partir da Inglaterra em 6 de Junho de 1944. No primeiro caso, porque era a sede do ducado da Normandia; Guilherme o Conquistador está enterrado aqui e Bayeux com sua famosa tapeçaria estão a alguns quilometros de distância. No segundo, porque era um dos objetivos principais dos aliados, por ser um nodo de estradas de rodagem e de ferro e a chave para a marcha até Paris. Minha visita se concentrou nesta última, mas é impossível passar por esta região sem notar as inúmeras igrejas, abadias e fortificações remanecentes do período mais remoto.

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domingo, 19 de julho de 2009

Gare Saint-Lazaire, Paris
A Bastilha cai todo ano


Além do Chuck Norris gaulês, tive um dia da Bastilha interessante aqui em Paris. Me encontrei com o Catão, Mariana, Sandro e Stella para um piquenique nos jardins do Museu Rodin. Como de costume, compramos quantidades monstruosas de comida, em volume e variedade. Enquanto os demais grupos se contentavam com o conteudo de uma ou duas tupperwares e uma baguete, iamos nos resfastelando com o piquenique do juizo final, com diversos tipos de queijos, embutidos, patês, pães, frutas e bebidas. Metade da comida depois, e após uma digestão prolongada deitados na grama, fomos ver as esculturas espalhadas pelo jardim (incluindo O 'Pensador' e o 'Portão do Inferno'); gostei em particular de 'Os burgueses de Calais', quatro figuras expressando ao mesmo tempo tristeza, resignação, desespero e raiva, enquanto caminham em direção ao acampamento dos consquistadores ingleses para entregar-lhes as chaves da cidade.

Segui então para a Ille de la Cité, onde me encontrei com a Jacqueline e o Catão para assistir um concerto de música de câmara dentro da Sainte-Chapelle: Vivaldi, com um pouco de Pachebel e (acho) Paganini, tocados por um violinista francês renomado e competente orquestra. Eu não canso de falar aqui no blog sobre o quanto eu gosto da Sainte-Chapelle (embora suspeite que meus leitores se cansem de ouvir a respeito). Assistir um concerto deste calibre lá dentro enquanto o sol se põe é indescritível.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Palais de l'Unesco, Paris
Eles são especiais

Uma conversa em franglês, na exibição do exército francês nos jardins do Invalides em comemoração ao 14 de julho:

EU: Porque o seu fuzil é diferente do fuzil dos outros soldados (ele tinha um HK416, os outros, o FAMAS tradicional)
Soldado Francês: Estamos em transição para o fuzil novo
Eu: O exército inteiro?
SF (fazendo pose): Não, só as forças especias
Eu: Então vc é das forças especiais... Você já esteve no Afeganistão?
SF: (se esforçando para parecer perigoso e misterioso) Eu não sei...
Em geral, quanto mais 'especial' um soldado afirma ser, menos especial ele realmente é. A maior parte das autonomeadas 'forças ['de operações', na terminologia americana] especiais' no mundo são na verdade formações de infantaria ligeira bem treinadas. Por outro lado, se um cara troncudo não dá muito papo e afirma ser o cozinheiro, ou o faxineiro da base, provavelmente faz parte de alguma unidade ultra-secreta e é extremamente perigoso.

O equivalente gálico do SAS ou da Força Delta é o 1er RPIMa, e eles de fato usam o HK416; mas não são a unica unidade francesa a fazer isto. As forças de ação direta nos EUA ou no Reino Unido tomam bastante cuidado em proteger a identidade de seus membros, e não são conhecidas por ficarem fazendo pose para turistas acidentais. Por outro lado, o 1er RPIMa tem uma banda (!), então talvez as coisas funcionem de forma diferente na França.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Apessoinha Bed & Breakfast, Paris
Adieu London, hello Paris

Os dias foram movimentados em Londres, e continuei com o meu novo hobby de caminhadas noturnas. Na 5a me encontrei com a Rima, e fizemos um tour a pé pela parte chique (posh) da cidade: Sloane Square, Chelsea, Kensington, etc. Sob muitos aspectos, caminhadas são uma maneira muito mais interessante de reencontrar amigos do que refeições em restaurantes. A experiencia é muito mais memorável, não ficamos presos ao ritmo imposto pelo serviço do restaurante (pedido/comida/sobremesa/conta), e é possível haver pausas na conversasão sem desconforto (e, reciprocamente, não existe a nescessidade de preencher cada minuto de silêncio com palavras); pausas não-desconfortáveis são um sinal de entendimento real entre duas pessoas (só em relações superficiais a conversa nunca para), mas é preciso algum tempo até achar o ritmo certo se estas não se vêem há muito tempo. Depois da extremamente agradável caminhada, me despedi da Rima e fui andando ao longo do Tâmisa a partir da ponte Chelsea, passando por uma usina termoelétrica fora de funcionamento (muito feia, mas por alguma razão tombada), e por uma monstruosidade em forma de pirâmide asteca, em frente à ponte de Vauxhall. Passei pelo parlamento e adjacências (habilmente iluminados, o que produziu em mim certos impulsos homicidas em relação a carregadores de bagagem holandeses), e finalmente peguei o metro em Embankment (ligando a trajetória do passeio com a da noite anterior)

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

France House - QMUL, Londres
Holandando

Paris é monumental, construida para impressionar com suas grandes panorâmicas, mas transparecendo um certo artificialismo. Tudo é muito grande, muito espetacular. É preciso resistir a tentação de correr em estado de frenesí fotográfico de um monumento até o outro, ou de uma ala de seus cavernosos museus para outra, em uma tentativa fútil de 'ver tudo'. Mesmo sendo mais auto-referente e menos aberta que Londres ou Nova York, Paris é mais capáz de inspirar nos visitantes a sensação de reverência ressentida que o provincial estereotipicamente sente em relação à metrópole. O efeito provavelmente é intencional; Londres, Nova York se tornaram com o tempo cidades imperiais; a Paris atual foi projetada como tal.

Amsterdam é uma cidade em escala humana, construida compacta e sensatamente em volta de três canais. Não tem obras monumentais, mas impressiona pelo conjunto. Amsterdam é conhecível em um dia. Foi o que eu fiz com a Ana Júlia. Uma passeio agradável e sem pressa com paradas não programadas quando necessário para comida, bebida, cafeina ou descanso. Passeio este que fomos esticando gradualmente, de uma voltinha durante a tarde até uma caminhada pela madrugada.

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

France House - QMUL, Londres
Vida noturna


Estou aqui em Londres já a dois dias, habitando um excelente alojamento dentro do Queen Mary College enquanto colaboro com o Reza (professor aqui) e o Marcelo em um paper. A minha camera foi roubada da mala que despachei em Amsterdam, então não tenho fotos daqui por enquanto. Eu tive um dia extraordinário em Amsterdam, com e graças a Ana Júlia, que me hospedou e serviu de guia.

Amsterdam merece um post separado, que não vou escrever agora porque são 5:43 da manhã e ainda não fui dormir. Não fui dormir porque só cheguei no alojamento meia hora atrás. Cheguei tão tarde (ou cedo) porque ontem saí daqui as 9:30 da noite e fui andando pela cidade. Segui pela Mile End Road, White Chapel, Brick Lane, e inúmeras ruelas e becos do East End com nomes inusitados. Passei pela estação ferroviaria de Liverpool Street (que em sua incarnação moderna data dos anos 60, mas que eu acho extremamente charmosa), a ponte do milenium, a ponte Blackfriars e o simpático pub arte deco com o mesmo nome logo em frente, Chancery Lane, Holborn e Oxford Street. Já era mais de 11 da noite, o sol tinha acabado de se por, e eu estava com fome. Continuei portanto até Leicester square, o único lugar onde achava que poderia encontrar algum restaurante aberto.

Após comer uma pizza mediana, o metro já havia encerrado as operações. Desci então até Trafalgar Square (Charing Cross no mapa), onde algum artista maluco organizou um maratona de 100 dias de ocupação initerrupta do quarto pedestal da praça, o único no momento desprovido de estátua. Milhares de voluntários estão se alternando, passando cada um 1 hora no topo fazendo o que lhe vier a cabeça. Sem metrô, e sem um onibus noturno direto, resolvi descansar um pouco e esperar o sol nascer de novo. Periodicamente os voluntários iam se sucedendo (por meio de uma plataforma extensível) no pedestal. Um deles leu um livro, outro cortou o próprio cabelo, e outro ainda protestou contra o fechamento de algum curso de línguas no King's College. Mas o mais interessante foi um prefessor de educação artística de segundo grau, que engravatado e com presença de espírito e de palco, deu uma aula de arte aos gritos, com ajuda de uma série de cópias de pinturas distribuidas por sua assistente. 'O que voces vêem' - ele perguntava. A aula terminou com uma discussão informal (ele ficou feliz em saber a respeito do Brughel que vi hoje na Sotehrby's (outra estória...)). Passei mais uma ou duas horas lendo na praça (muito apropriadamente para um caminhante solitário, um livro novo do Paul Theroux onde ele repete, 30 anos depois, sua viagem solitária de trem através da Europa e Asia), sendo periodicamente interrompido por um bêbado um tanto paranóico chamado Cameron, que inicialmente presumiu que eu fosse um muçulmano lendo o Corão (a barba...), e depois queria saber o que um grupo de barulhentos Italianos estava cantando ao lado.

Em hora nenhuma a praça ficou vazia; inicialmente bandos de turistas passavam apressados, como bandos de aves migratórias, tirando fotos e rindo alto (italianos e brasileiros eram sempre ouvidos antes de serem vistos). Aos poucos, grupos de mendigos foram se formando educadamente nos bancos da praça, preparando-se para dormir. Todos tinham seu equipamento mendigal customizado, e tratavam todo o processo com uma naturalidade desconcertante. Por último, vieram os jovens, pinguços e farreiros a procura de transporte para casa, vindos de incontaveis casas noturnas e festas particulares nas redondezas. Garotas de minissaia e maquiagem borrada, totalmente bebadas, chapinhavam nas fontes e gritavam palavrões. Seus companheiros masculinos urravam selvagemente e encarnavam o papel dos romanos no rapto das sabinas, carregando-as de um lado para o outro nos ombros. Alheios a tudo isso, os amadores no pedestal e suas inevitáveis claques de família e amigos prosseguiam na sua performace.

Com o ceu azul-escuro, peguei finalmente um onibus noturno até Liverpool Street. O McDonalds ao lado da estação dava a impressão de ser o único estabelecimento comercial aberto na cidade, e naquele momento me parecia um lugar extremamente acolhedor, com a perspectiva de um chocolate quente. Um chocolate e mais um ônibus depois, e após uma curta caminhada ao longo do canal, finalmente voltei, saudoso e com 7 horas de atraso, para a minha cama macia e meu chuveiro quente.

Update: O post, agora em português!

domingo, 5 de julho de 2009

Varanda da casa da Ana Júlia, Amsterdam
Conversas aleatórias II


Eu quase perdi o onibus para Amsterdam. Normal. Tive um viagem um tanto surreal também. Igualmente normal. Mas acho que exagerei um pouco, no dois casos.

Estavamos no churrasco na casa dos pais do Sylvain, a 40km de Paris. O menu consistia em macarrão de pepino com molho curry (bom!), tabule, bolinhos de Gruyere e churrasco de peito de pato (muito bom!!). Mas começava a ficar tarde, e o meu onibus sairia de Paris as 11 da noite. O Sylvain, para seu eterno crédito cármico, decidiu então me levar para a estação de onde sairia o ônibus. Chegamos na Porte de Bagnolet as 10:52, sem saber onde exatamente era a garagem. A passagem especificava um check-in com 30min de antecedencia, com passagem impressa em mãos. Eu estava na vizinhança genérica do ônibus com 8 minutos de antecedencia e a passagem em um .pdf aberto na tela do meu laptop. Depois de alguma perguntas freneticas em frenglish aos locais, consegui finalmente descobrir onde era a tal Eurolines (dentro da estação de metro Gallieni), e fui correndo até o guichê. Cheguei as 10:58, e o guichê de 'Amsterdam' estava vazio. Pedi ajuda ao atendente no guichê ao lado, mas ele, sem levantar os olhos, me disse simplesmente para esperar alguem aparecer. Finalmente, um bigodudo apareceu e tranquilamente verificou minha passagem (na tela) e passaporte, e me indicou a direção do onibus. Cheguei lá esbaforido, junto com uma igualmente esbaforida moça com um sotaque que se revelou sul-africano. A Fathima trabalha de au pair em Rotherdam, e está no momento tentando evitar que sua mãe lhe encontre um jovem de boa família e índole para casar ('Você conhece o Xulambis Beltramis? . Os Beltramis são uma família respeitável. O Xulambis é boa pinta. Advogado. Ganha bem. Ele vem almoçar aqui com a gente hoje a noite....'.

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sábado, 4 de julho de 2009

Chateaux Carrel, Magny-Les-Hameaux
Conversas Aleatórias

Estou em Magny-Les-Hameaux, a uns 40 km de Paris, na casa dos pais do Sylvain, o marido da Mari. No momento a carne está na churrasqueira e nos preparamos para comer um churrasco a francesa. Hoje alugamos um carro e fomos em Giverny, a cidade onde o a casa e o jardim onde Monet pintou algumas de suas principais obras. A casa é interessante, rechada de arte japonesa (da qual o Monet foi um dos primeiros apreciadores na Europa), com uma agradabilíssimo estúdio onde ele trabalhava. Mas sao os jardins que realmente impressionam. Não tenho nem tempo nem o temperamento de ficar tecendo alguma prosa púrpura descrevendo o perfume das azaleias ou a inefável paleta de cores das flores, ou alguma xaropadao do gênero. O lugar tem que ser visitado para ser apreciado, já que a experiência é olfativa tanto quanto visual. Mas as fotos ainda valem a pena... (no final do post)

Fechado o museu, viemos para a casa dos (extremeamento simpáticos!) pais do Sylvain, onde tive uma inesperada mas fascinante aula de 'Systema', um tipo de arte marcial russa que o irmão do Sylvain, Dominique estuda. Depois descrevo os detalhes que a comida está saindo...

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Calçada em frente ao Gare Montparnase, Paris
Internet de guerrilha

Estou no momento sentado na calçada, na frente da Gare Montparnasse, filando um wifi. São 11:53 da noite... Hoje é aniversário da Ceci, mas eu não consigo falar com ela, o que me leva a apelar para este tipo de internet de guerrilha, já que na casa da Jacqueline não há wifi. De qualquer maneira, uma foto para não perder a viagem.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Palais de l'Unesco, Paris
Passeando em Paris, voltando no tempo e viajando na maionese

O sol se põe tarde no verão aqui em Paris, e se põe lentamente. Eram 8:30 da noite de segunda feira quando nos sentamos para comer na margem do rio Sena, e o sol se punha. Ele continuava se pondo quando terminamos, duas horas depois. Foi um agradavel piquenique, na companhia de um grupo de físicos (e uma matemática) brasileiros, ao longo de um entardecer de duas horas.


Após me despedir de todos, fui fazer pelo segundo dia consecutivo um passeio tardinoturno ao longo do Sena. É a hora em que Paris é mais bonita, e mais fotogênica. É também um horário em que não há nada aberto nesta roça além de restaurantes e casas noturnas, então passear acaba sendo não só o melhor, mas também o único programa.





O próprio domingo já havia começado um pouco tarde, graças ao passeio noturno de sábado, este a pé, que fiz o a Jacqueline (cf. o post anterior). Desta vez saimos de casa por volta de 11 da manhã, e fomos (de metrô) ao Museu do quai Branly, para ver (no último dia) uma retrospectiva sobre a história do Jazz, de 1917 até os dias de hoje. Uma exposição interessante, onde a música (emitida por pequenas caixas de som embutidas nas paredes) e alguns filmes estavam totalmente integrados aos items pictóricos. O museu em si também vale a pena: A coleção permanente é dedicada à arte da asia, africa e américas (i.e., a não-europa), e o prédio consegue combinar harmoniosamente formas geométricas flutuantes, telas vegetais e cercas vivas, e a vista da Torre Eiffel ao fundo.






Na prática, além de todo o seu mérito acadêmico, o 'Universo Invisível' também serve uma função fisiológica: Desde que cheguei aqui, passei a maior parte do meu tempo pedalando ou andando. É bom poder sentar e descansar as pernas por algumas horas de vez em quando.

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