Casa, Rio de Janeiro
Mort de rire
Em 1970 dois homens a paisana, armados de fuzis e granadas, invadiram a sede do periódico satírico 'O Pasquim'. O corpo editorial foi surprendido em reunião, e colocado contra a parede. Calmamente, os atacantes anunciavam o nome de cada membro da equipe e, sem esperar resposta, cravejavam a vítima de balas de grosso calibre. Tombaram na ocasião os cartunistas Ziraldo, Pedro Américo e Jaguar, a senhora do cafezinho, e um segurança. Estes sangrentos eventos foram relatados pelo comentárista Paulo Francis, que, embora gravemente ferido, foi o único sobrevivente devido a sua cabeça excessivamente dura.
Segundo populares próximos ao local, ao sair da cena do crime em direção a um fusca azul estacionado em fila dupla, os assassinos gritavam: 'Independência ou morte!' 'Vingamos a nossa bandeira!'
O governo militar negou qualquer participação no ato e prometeu uma investigação célere e rigorosa. Porém, segundo o porta-voz da presidencia, o Capitão-de-Corveta Zenóbio Frobenius,
No debate que se seguiu, muitos comentaristas se manifestaram contrários a publicação de material que atentasse contras as crenças profundas e os sentimentos mais arraigados de um grande número de pessoas. Liberdade de expressão não é liberdade para ofender, afirmou-se. Para impedir novos ataques, o governo militar resolveu instituir a censura prévia, uma medida que, ainda segundo o capitão de corveta Frobenius, 'protegerá jornalistas da violência, impedindo que eles inadvertidamente insultem alguma pessoa ou grupo'.
__________
Obviamente, os fatos aqui relatados não ocorreram em 1970. Bom, exceto pela censura prévia instituida em resposta 'a charge acima. Isto aconteceu.
Segundo populares próximos ao local, ao sair da cena do crime em direção a um fusca azul estacionado em fila dupla, os assassinos gritavam: 'Independência ou morte!' 'Vingamos a nossa bandeira!'
O governo militar negou qualquer participação no ato e prometeu uma investigação célere e rigorosa. Porém, segundo o porta-voz da presidencia, o Capitão-de-Corveta Zenóbio Frobenius,
'O crime foi uma lastimável mas previsível reação contra as insultosas charges publicadas pelo Pasquim, em particular aquelas nas quais figuram Dom Pedro I durante o grito da independênia. Dom Pedro é um heroi para 80 milhões de brasileiros, e o dia da independência é o nosso feriado mais sagrado! Não surprende, portanto, que alguns indivíduos tenham se sentido tão insultados a ponto de fazer justiça com as próprias mãos'
No debate que se seguiu, muitos comentaristas se manifestaram contrários a publicação de material que atentasse contras as crenças profundas e os sentimentos mais arraigados de um grande número de pessoas. Liberdade de expressão não é liberdade para ofender, afirmou-se. Para impedir novos ataques, o governo militar resolveu instituir a censura prévia, uma medida que, ainda segundo o capitão de corveta Frobenius, 'protegerá jornalistas da violência, impedindo que eles inadvertidamente insultem alguma pessoa ou grupo'.
__________
Obviamente, os fatos aqui relatados não ocorreram em 1970. Bom, exceto pela censura prévia instituida em resposta 'a charge acima. Isto aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário