segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Vastitas Borealis, Marte
O blues do planeta vermelho

A minha maior fonte de ansiedade no momento é a chegada iminente em Marte de uma sonda sobre rodas que tem o tamanho de um fusca. A Curiosity é a missão de ciência planetária mais ambiciosa das últimas décadas. De fato, nesses tempos de vacas magras, provavelmente todo o futuro do programa de exploração marciana será definido pelo sucesso ou fracasso desta missão.

Historicamente, Marte tem sido um planeta difícil de se explorar. Dificil, e azarado. Os Soviéticos/Russos, que já conseguiram pousar e enviar dados da superfície muito mais hostil de Venus, nunca conseguiram efetuar uma missão completamente bem sucedida por lá. Tiveram alguns sucessos parciais em órbita, e só fracassos na superfície. Os americanos,  embora mais bem sucedidos em ambos os quesitos, também têm um histórico irregular. Em Marte a Lei de Murphy tem pelo menos tanto embasamento empírico quanto a segunda lei da termodinâmica. Quase literalmente tudo que poderia dar errado nas várias missões marcianas, deu. Foguetes explodiram ou colocaram as sondas nas órbitas erradas; erros de programação desorientaram painéis solares; vazamentos de combustível fizeram naves parafusearem fora de controle; baterias se descarregaram. Unidades métricas e imperiais foram confundidas umas com as outras e antenas de alto ganho engastalharam. Algumas sondas simplesmente deixaram de transmitir subitamente, sem explicações ou cartão de despedida.

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