Casa, Hogsmeade
Harry Potter and the Deathly Hallows
Acabo de ler o último Harry Potter. É de longe o mais sombrio dos livros, e o único que escapa da fórmula 'ano escolar em Hogwarts'. 'Deathly Hallows' chega algumas vezes quase a transcender as limitações do gênero, mas no final ainda é um livro de HP, com tudo que isto implica de bom e de ruim. Como nos outros livros, seu ponto mais forte são os personagens, por quem a Rowling consegue induzir uma empatia as vezes quase patológica. E o personagem mais interessante, como convém à um livro de mistério, é um morto: Albus Dumbledore vai se revelando muito mais complexo do que o Merlin cover sub-Gandalfiano dos primeiros livros; O Snape, por outro lado, não aparece muito por cerca de 600 páginas, mas justifica a ausencia com um capítulo (de revisão?) que é um dos pontos altos do livro.
O ponto mais fraco do DH, novamente de forma típica, são as tentativas deliberadas de construir uma mitologia, que são em geral forçadas e necessitam de blocos enormes de texto expositivo (e de muito magicbabble) para serem explicadas. A mitologia acidental e incidental, por outro lado, continua deliciosa. A trama consiste essencialmente de Harry, Ron e Hermione fugindo das forças Valdemortianas, enquanto procuram por MacGuffins diversos (e não, embora o terceiro filme tenha sido dirigido pelo Alfonso Cuarón, eles não pegam um carro e viajam ao longo da costa mexicana). O clímax é uma batalha final em e por Hogwarts, na qual a contagem de corpos e de páginas dedicadas à infodumps expositivos é considerável.
No todo, gostei bastante (com algumas ressalvas), embora seja ainda cedo para dizer se será o meu favorito entre os sete. É, porém, sem dúvida um fim apropriado para uma série em que personagens, leitores e autora cresceram juntos.
7 comentários:
Você, fã de Potter? Surpresa!!!
Acho divertido. Não é Tolkien, mas tem o seu charme.
Legal. Um dia vou conferir... Tolkien só tem um! :)
E se você gostou, sempre é uma boa recomendação!
Eu acho que comparar Rowling a Tolkien e' o mesmo que comparar uma Melancia com um Skate. Sao tao distintos que nao tem comparacao. Eu li todos os Potters de sentada, inclusive o ultimo que me ocupou todo o sabado do lancamento. E' claro, ha' que ter algumas ressalvas posto que algumas "explicacoes" nao foram la' muito boas. Tipo: havia um bom numero de coisas importantes nao citaveis para nao perder a graca a serem destruidas. E eu acho que a autora se atrasou um pouco e 70 por cento das coisas a serem destruidas foram destruidas nos ultimos capitulos. Ficou meio engarrafado no fim. Acho que faltou um pouco de detalhes. Mas foi final bem cinematografico. A historia colou mas acho que a batalha de Hogwarts merecia uma descricao mais minuciosa (do tipo, quem matou quem e como...).
Anon, concordo totalmente com sua análise do ultimo HP. Embora o 'NOT MY DAUGHTER BITCH' seja a melhor linha de toda a série ;-).
Rowling e Tolkien são de fato bem diferentes, mas eu, embora aprecie bastante a primeira, sou absolutamente fanático pelo segundo.
bruno, sinto muitissimo mas nao me chamo Anon. Me chamo Rafael. RAFAEL CURY.
"bruno, sinto muitissimo mas nao me chamo Anon. Me chamo Rafael. RAFAEL CURY."
Muito prazer Sr. Cury!
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