Pantanal Mato Grosso Hotel, Poconé
Pegando aviões
Cheguei no Pantanal com a família, mas por pouco. A combinação de um nevoeiro no começo da manhã com incompetencia monumental por parte da Gol fez com que os passageiros de dez vôos fossem despejados no saguão do Santos Dumont, algumas horas depois dos embarques previstos e praticamente sem informações por parte da compania, para serem remanejados no inicio de um feriado prolongado por dois atendentes no balcão e uma numero flutuante de funcionários de passagem. A ideia, suponho, era que as pessoas desistissem de viajar para pedir o reembolso, mais barato para a Gol que um eventual remanejamento.
Eu e a Cecilia nos dividimos. Ela ficou na fila do balcão, cujo passo glacial já exaltava animos, enquanto eu fui para o juizado especial do aeroporto. Do lado de lá, a informação era que o próximo vôo disponível seria somente em dois dias, e que voar por outra compania aérea era impossível. Do lado de cá, um grau de boa vontade e eficiencia que, em comparação, pareciam quase alienígenas.
O trabalho dos advogados no plantão do juizado não é necesariamente entrar com um processo frente a uma reclamação legítima. Eles (no caso, ela) fazem, primordialmente, uma mediação entre passageiros e companhia. Não que disponham de alguma informação secreta ou tenham dotes de negociação capazes de encerrar guerras no Oriente Médio. Mas a perspectiva de ação legal os torna mais, digamos, persuasivos. Era quase cômico ver os funcionários da Gol se desdobrando para fazer coisas que, perante meros passageiros momento antes, diziam ser impossíveis. Mas afinal, com a ajuda inestimável da Simone, que fez um levantamento dos vôos disponíveis, conseguimos embarcar em um vôo da Tam no mesmo dia.
A nossa nova conexão passava por São Paulo (a original era por Brasília). Passamos as várias horas entre um vôo e outro com o Fernando Mafra e a Natalie, um grande benefício inesperado do nosso transtorno aeronáutico.
Pousamos em Cuiabá por volta de meia noite, para ainda enfrentarmos 170 km da transpantaneira. O nosso motorista é um velhinho simpático que atende por ´Seu Zé´, que se mostrou um ás do volante ao passar por uma estrada de terra traiçoeira, evitando eventuais capivaras e jacarés relaxando pelo caminho. Chegamos na pousada, afinal, no meio da madrugada.
Não vou me alongar aqui descrevendo o Pantanal neste final de estação molhada; digo somente que a fauna local é bastante diversa e visível, incluindo enormes Tuiuius nas margens dos rios, altivos carcarás sobre as árvores, manadas de capivaras e seus filhotes, e uma família de jacarés que vive sem stress (para ambas as partes) no cais logo ao lado da pousada. E a parede sólida de mosquitos que vem chegando todo entardecer, zumbindo acordes wagnerianos.
Eu e a Cecilia nos dividimos. Ela ficou na fila do balcão, cujo passo glacial já exaltava animos, enquanto eu fui para o juizado especial do aeroporto. Do lado de lá, a informação era que o próximo vôo disponível seria somente em dois dias, e que voar por outra compania aérea era impossível. Do lado de cá, um grau de boa vontade e eficiencia que, em comparação, pareciam quase alienígenas.
O trabalho dos advogados no plantão do juizado não é necesariamente entrar com um processo frente a uma reclamação legítima. Eles (no caso, ela) fazem, primordialmente, uma mediação entre passageiros e companhia. Não que disponham de alguma informação secreta ou tenham dotes de negociação capazes de encerrar guerras no Oriente Médio. Mas a perspectiva de ação legal os torna mais, digamos, persuasivos. Era quase cômico ver os funcionários da Gol se desdobrando para fazer coisas que, perante meros passageiros momento antes, diziam ser impossíveis. Mas afinal, com a ajuda inestimável da Simone, que fez um levantamento dos vôos disponíveis, conseguimos embarcar em um vôo da Tam no mesmo dia.
A nossa nova conexão passava por São Paulo (a original era por Brasília). Passamos as várias horas entre um vôo e outro com o Fernando Mafra e a Natalie, um grande benefício inesperado do nosso transtorno aeronáutico.
Pousamos em Cuiabá por volta de meia noite, para ainda enfrentarmos 170 km da transpantaneira. O nosso motorista é um velhinho simpático que atende por ´Seu Zé´, que se mostrou um ás do volante ao passar por uma estrada de terra traiçoeira, evitando eventuais capivaras e jacarés relaxando pelo caminho. Chegamos na pousada, afinal, no meio da madrugada.
Não vou me alongar aqui descrevendo o Pantanal neste final de estação molhada; digo somente que a fauna local é bastante diversa e visível, incluindo enormes Tuiuius nas margens dos rios, altivos carcarás sobre as árvores, manadas de capivaras e seus filhotes, e uma família de jacarés que vive sem stress (para ambas as partes) no cais logo ao lado da pousada. E a parede sólida de mosquitos que vem chegando todo entardecer, zumbindo acordes wagnerianos.