Limbo onírico, meu cérebro
O horror, o horror
São 5 da manhã e finalmente vou tentar dormir. Os meus padrões de sono
estão uma zona; Alguns dias eu tenho a impressão que eu nem adormeci nem
fiquei acordado totalmente hora nenhuma. Hoje foi um destes dias. O dia inteiro passou, o Gabriel chegou da escola e a Ceci do trabalho, e eu sem conseguir produzir.
Até que apelei, sai para pedalar as 9 da noite, andei 45km, e
voltei para casa. Tomei um banho, me sentei na minha cadeira
vestido somente com uma toalha, e finalmente consegui trabalhar, ouvindo
alternadamente Muse e três versões diferentes das variações de
Goldberg (de JS Bach)*, enquanto tropeçava no Bilbo e enchia o quadro de equações. Me
sinto como o próprio Kurtz** aqui dentro deste Congo neuronal.
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* As gravações do Glenn Gould de 1955, 1980, e esta nova versão, de Kimiko Ishizawa, disponibilizada gratuitamente na rede. Não confundir com a conjectura de Goldbach.
** I.e, o Marlon Brando no Apocalipse Now.