sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Casa, Rio de Janeiro
Allons à la Tijuca


Ontem tirei um dia para não estressar com a ^%#% da tese, e fui fazer trilha com a Jacqueline na Floresta da Tijuca. Eu havia comprado um livro com todos os mapas e indicações para o parque na semana anterior (ao lado), e estava doido para achar alguem que me acompanhasse. Como eu já disse, a J. já é avó, mas topou na hora. Escolhemos uma trilha sem muitas subidas, que passava por várias das cavernas que existem no parque, e por algumas ruinas das antigas fazendas de café.

Eu vou escrever um post mais detalhado sobre o passeio quando ela me mandar as fotos. Mas foi muito bom! Começamos em um restaurante ('A Floresta'), que fica na antiga senzala de uma das fazendas, e seguimos pelas ruinas da sede (o único pedaço reconhecível é a antiga lareira, e restos de um muro de pedra). Logo depois a trilha se embrenha no mato, e fica difícil acreditar que você está dentro de um matrópole. Não é difícil de seguir, mas há algumas bifurcações, e em alguns lugares a trilha não é bem demarcada. Sem um mapa seria impossivel achar os locais mais interessantes. Ficamos perdidos só uma vez, mas com a ajuda providencial da bússola nos achamos novamente ('*só* uma vez?!?', consigo imaginar a Ceci pensando sarcasticamente, para quem este tipo de passeio é programa de índio, literal e figurativamente). Atravessamos rios, entramos em cavernas, e exploramos ruinas (uma delas habitada por um velhinho meio Lovecraftiano).

Chegamos de volta ao A Floresta restando apenas meia hora de luz do dia. O restaurante estava fechado, mas a cozinheira ('Ana'), que mora lá mesmo com os filhos, muito gentilmente se ofereceu para fazer qualquer item do menu! Por dentro, o restaurante é uma casa típica de fazenda velha, com aquele leve desmazelo rústico que por alguma razão nós mineiros adoramos. Tomamos duas sopas deliciosas, e os meus genes de origem Coelho estavam se sentindo em casa. Sério, eu adoro fazendas, é provavelmente o ambiente em que eu mais consigo relaxar. E aquele restaurante, no meio do mato, envolto pelo mais completo breu as 6 da tarde, e vazio exceto pela J., eu, um morcego* (um inquilino, não um visitante. Evite o banheiro.) e a Ana com seus dois filhos, estava me induzindo a mesma sensação de conforto caseiro.

A volta à civilização é um contraste interessante. Saímos do nosso idílio rural na escuridão total, descendo por uma estrada sinuosa ladeada por árvores que parecia não ter fim. Saindo do parque, próximo à Quinta da Boa Vista, passamos por casarões simpáticos, e casinhas com jardins bem cuidados, tomamos a estrada da Canoa margeada por mansões e casas de tijolo onde os habitantes aproveitavam o final da tarde, e chegamos em São Conrado, onde sararimen estressados presos em um engarrafamente tentavam voltar para casa. É a história da urbanização brasileira comprimida em uma viagem de carro de 20 minutos.

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* Na hora eu senti uma misteriosa ansia súbita de vestir uma capa preta e combater o crime. Deve ser algo que eu comi...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu ainda acho que faltou a companhia da Rosa Mara.

|3run0 disse...

Quando você consegue acha-la, eu suponho que Rosa Mara seja excelente companhia ;-).