domingo, 25 de outubro de 2009

Sofá da Kelly, Chicago
go to Wabash and Lake



Ultima noite em Chicago. Para quem não sabe, estou me hospedando na base do couchsurfing, o que significa que fico na casa de completos estranhos que conheço através da internet (a principal função do site é válidar hospedes e hospedantes, e garantir que nem uns nem outros sejam maniacos de machadinha ou flatulentos crônicos). É uma maneira excelente de poupar dinheiro, e conhecer uma cidade nova de forma menos anônima. O processo exige porém uma dose considerável de flexibilidade, e tem os seus lances ocasionais de melodrama. Na minha primeira parada, as duas flatmates passaram em poucos dias do convívio amigável para o estranhamento mútuo para a hostilidade aberta. No momento, elas não se cumprimentam (o terceiro flatmante acaba virando dano colateral na guerra doméstica). As razões da briga são, como eu já disse, um tanto bizantinas, e envolviam a nossa (minha e da Aline) hospedagem, mas não implicavam na rejeiçao, por qualquer uma das partes, da nossa presença lá. Mesmo assim, com clima pesado e o fato de que nenhuma ação ou inação da minha parte seria considerada neutra em um clima tão polarizado (neste aspecto guerras domésticas são iguais a guerra civis), acabei me mudando; inicialmente para a casa que um estudante de cinema divide com seis de seus amigos mais próximos, e em seguida para o apartamento de uma neurocientísta que só chegou hoje de uma viagem de trabalho.

O resultado disto tudo é que a minha estada pós-SfN aqui em Chicago acabou se tornando mais social do que propriamente turistica. Conheci várias pessoas interessantes, entre hospedeiros, seus amigos e namorados, e agregados em geral. Tive companhia para ir em restaurantes, caférs, bares, lojas e museus; discuti a dinâmica populacional de zumbis, o julgamento do Pirate Bay e o a inconstância do clima de Chicago. Eu já disse antes, e repito, que conhecer lugares é muito interessante, mas conhecer pessoas é mais interessante ainda.



De forma um tanto mais turística, passei boa parte do meu tempo restante em museus e congêneres, para os quais comprei entradas por atacado na forma do tal 'city pass'. Vi golfinhos e penguins no Shedd Aquarium, astronomia africana e galaxias em colisão em 3D no planetario, e dinossauros e máscaras funerárias polinesias no Field Museum (onde tive uma longa e interessante conversa com um voluntário de plantão e arqueologo amador em um oca pawnee). Fui ainda no pequeno mas interessante museu do holograma, e subi na Sears* tower em uma tarde de céu azul (o city pass convenientemente me permitiu furar a fila de uma hora e meia para pegar o elevador). Não fui em todos os lugares que queria, mas já aprendi a me desapegar de pretensões completistas.



Uma última observação sobre a cidade: O clima de Chicago varia quase de minuto a minuto. Hoje tivemos ventos glaciais e o ceu completamente nublado pela manhã, com visibilidade zero do observatório da Sears Towers, e um céu azul sem nuvens e temperaturas amenas durante a tarde. O clima londrino tem previsibilidade amazônica em comparação.


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* Após uma recente mudança de patrocinador corportativo, o nome correto do edificio em questão agora é Willis Tower, mas ninguem realmente usa o novo nome.

5 comentários:

Nobody disse...

I am in Dallas actually. I will stay here for a few more days.

|3run0 disse...

I was in Houston for a grand total of 6 hours... Too bad.

Anyway, what are you doing in Dallas?

Nobody disse...

Doing a very difficult, or rather made difficult, installation. These Yankees are worse than Germans.

Nobody disse...

Back to Israel. Cleaning myself of all cholesterol by eating salads

Nobody disse...

Something is wrong with your Nizo link