quarta-feira, 16 de julho de 2008

Chateux Sylvain, Paris

Consegui pegar o aviao sem grandes sobressaltos (o que e' quase inédito). Pousamos no Charlie de Gaulle no horario, sem enfrentar nada mais perigoso que uma lazanha com a consistencia de pudim, e uma leve turbulencia sobre o Atlantico sul. A alfandega francesa foi um decepcionante, porém.

Eu havia sido avisado para ir munido de seguro de viagem, provas de que teria onde me hospedar, e um convite formal do observatorio. Me preparei mentalmente para justificar minha presença na França, e projetar uma aura inabalavel de intençoes pacificas, nao terroristas e nao imigrantes. Ensaiei as tiradas ironicas que assegurariam a todos que a minha talibanica foto de passaporte era um mero acidente estético. Finalmente, me armei retoricamente para responder a contento qualquer pergunta que podesse por em questao as minhas boas intençoes para com toda a Galia e seus gauleses habitantes.

E o mané no guiche mal olhou para meu passaporte, e me mandou passar. Bem vindo a França!

Minha frustraçao durou pouco, porem. Peguei o RER até a Gare du Nord (o meu tosquissimo frances esta se mostrando surpreendentemente versatil). Me encontrei com o Sylvain (o namorado da Mari, na casa de quem estou hospedado), e apos comprar passes para o velib, fomos fazer compras. Eles moram em um bairro ridiculamente multietnico, onde açougues halal dividem paredes com mercados vietnamitas e vendas portuguesas; onde maes nascidas na Costa do Marfim, Turquia, China ou até mesmo Paris conversam amigavelmente enquanto suas multicoloridas crianças brincam em um parque. O cliche cinematografico de umq comunidade multietnica nao faz justiça à profusao de roupas, temperos e linguas que se misturam por aqui. E os mercados... A variedade é quase intimidante.

A Mari esta' chegando do trabalho. O Sylvain preparou o jantar, e todo este papo de temperos e culinarias me deixou com fome. Amanha vou de bicicleta para o observatorio, e posto mais.

3 comentários:

fmafra disse...

por favor justifique o seqüestro de acentos e o aSSogueiro com o teclado francês esquisito com o qual você não está acostumado.

Viuvas do Rafael Cury disse...

Oh Criatura! Ve se telefona ai do CHATEAU Sylvain, faca me o favor. Voce perdeu a grande festa do 14 de julho. A multietnicidade começa e acaba na rua em que ela começou. Nao se iluda, o pais aqui e' racista.
E querer ter problema na alfandega, Bruno, para que voce quer procurar sarna?

|3run0 disse...

Fernando, obviamente a culpa é totalmente do teclado, pois sabemos bem que minha hortographya é impecavel.

Rafa, eu queria ver o dia da bastilha; mas a passagem quase dobrava de preço. Nem que fosse para ver o Bashar al Assad e o Olmert no mesmo palanaque (quem estava faltando? O Libano! Entregue de bandeija para a Siria e Hizbollah. Que &%&§"* o Sarkozy acha que esta' fazendo?!)

Quanto ao racismo local, eu sei que ele existe. Mas nao estou tentando fazer uma analise sociologica da França apos somente um dia; so relato as minhas interaçoes com os locais, e estas tem sido em geral muito positivas)

O problema do telefono ja resolvemos