quinta-feira, 26 de julho de 2007

Casa, Hogsmeade
Harry Potter and the Deathly Hallows

Acabo de ler o último Harry Potter. É de longe o mais sombrio dos livros, e o único que escapa da fórmula 'ano escolar em Hogwarts'. 'Deathly Hallows' chega algumas vezes quase a transcender as limitações do gênero, mas no final ainda é um livro de HP, com tudo que isto implica de bom e de ruim. Como nos outros livros, seu ponto mais forte são os personagens, por quem a Rowling consegue induzir uma empatia as vezes quase patológica. E o personagem mais interessante, como convém à um livro de mistério, é um morto: Albus Dumbledore vai se revelando muito mais complexo do que o Merlin cover sub-Gandalfiano dos primeiros livros; O Snape, por outro lado, não aparece muito por cerca de 600 páginas, mas justifica a ausencia com um capítulo (de revisão?) que é um dos pontos altos do livro.

O ponto mais fraco do DH, novamente de forma típica, são as tentativas deliberadas de construir uma mitologia, que são em geral forçadas e necessitam de blocos enormes de texto expositivo (e de muito magicbabble) para serem explicadas. A mitologia acidental e incidental, por outro lado, continua deliciosa. A trama consiste essencialmente de Harry, Ron e Hermione fugindo das forças Valdemortianas, enquanto procuram por MacGuffins diversos (e não, embora o terceiro filme tenha sido dirigido pelo Alfonso Cuarón, eles não pegam um carro e viajam ao longo da costa mexicana). O clímax é uma batalha final em e por Hogwarts, na qual a contagem de corpos e de páginas dedicadas à infodumps expositivos é considerável.

No todo, gostei bastante (com algumas ressalvas), embora seja ainda cedo para dizer se será o meu favorito entre os sete. É, porém, sem dúvida um fim apropriado para uma série em que personagens, leitores e autora cresceram juntos.

7 comentários:

Fabiano G. Souza disse...

Você, fã de Potter? Surpresa!!!

|3run0 disse...

Acho divertido. Não é Tolkien, mas tem o seu charme.

Fabiano G. Souza disse...

Legal. Um dia vou conferir... Tolkien só tem um! :)
E se você gostou, sempre é uma boa recomendação!

Anônimo disse...

Eu acho que comparar Rowling a Tolkien e' o mesmo que comparar uma Melancia com um Skate. Sao tao distintos que nao tem comparacao. Eu li todos os Potters de sentada, inclusive o ultimo que me ocupou todo o sabado do lancamento. E' claro, ha' que ter algumas ressalvas posto que algumas "explicacoes" nao foram la' muito boas. Tipo: havia um bom numero de coisas importantes nao citaveis para nao perder a graca a serem destruidas. E eu acho que a autora se atrasou um pouco e 70 por cento das coisas a serem destruidas foram destruidas nos ultimos capitulos. Ficou meio engarrafado no fim. Acho que faltou um pouco de detalhes. Mas foi final bem cinematografico. A historia colou mas acho que a batalha de Hogwarts merecia uma descricao mais minuciosa (do tipo, quem matou quem e como...).

|3run0 disse...

Anon, concordo totalmente com sua análise do ultimo HP. Embora o 'NOT MY DAUGHTER BITCH' seja a melhor linha de toda a série ;-).

Rowling e Tolkien são de fato bem diferentes, mas eu, embora aprecie bastante a primeira, sou absolutamente fanático pelo segundo.

Anônimo disse...

bruno, sinto muitissimo mas nao me chamo Anon. Me chamo Rafael. RAFAEL CURY.

|3run0 disse...

"bruno, sinto muitissimo mas nao me chamo Anon. Me chamo Rafael. RAFAEL CURY."

Muito prazer Sr. Cury!