quinta-feira, 28 de abril de 2005

Casa, Rio de Janeiro

Meu laptop chegou! E é lindo! Me desculpem se estou agindo como um bobo alegre, mas estou muito animado. É um sony vaio S270p4, com Pentium M 1.6, 512 mb de ram e hd de 60 GB, gravador de DVD (que ainda nao consegui desbloquear para todas as regioes).

Talvez o mais interessante porém seja o WiFI (rede sem fio). Algum vizinho meu (não faço ideia quem) tem uma base WiFi ligada na internet, que ele deixa aberta (i.e., sem senha). O resultado é que neste momento estou postando no meu blog sentado na mesa de jantar...

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quarta-feira, 13 de abril de 2005

Casa, Rio de Janeiro

O André e o Alastair organizaram um grupo para fazer um levantamento arqueológico na serra de Moeda. Veja detalhes neste post no blog do Fernando. O grupo partiu de BH, e nunca mais foi visto. A presente narrativa é uma reconstrução a partir de fontes fragmentarias e entrevistas com os habitantes locais.

Moeda: Portal para o Inominavel
compilado por Bruno Mota

DRAMATIS PERSONAE

André, Arqueólogo. Diretor do projeto.

Alastair, Arqueólog. Co-Diretor do projeto e gringo de plantão.

Fernando, Designer. Acumula as funções de fotógrafo, cinegrafista e designer.

Daniele "Dani", Arquiteta. Responsável pelos Croquis.

Ricardo "Tala", fotógrafo. Abandonou o posto da fotografia, assumido por Fernando, e é o Administrador. Cuida de toda a burocracia, gastos e supervisão geral.

Reginaldo "Regis", Historiador. Responsável pela parte de historiografia.

"", Estudante de Turismo. Faz-tudo, faz o leva e traz, cuida dos equipamentos, suprimentos e alimentação.

CENA I - Land Rover superlotada, dia

FERNANDO> André, vai caber todo esse povo na fazenda?

ANDRE> Não se preocupe, estão todos viajando. A fazenda estará deserta. Sera ótimo.

ALASTAIR> Where are we going again?

REGIS> É melhor começar a trabalhar. Para aí perto daqule casebre para começarmos as entrevistas.

A LR para. Um matuto abre a porta do casebre e olha o grupo com desconfiança. FERNANDO tira inúmeras fotos.

REGIS> Com licença meu senhor, o que você sabe sobre a velha fundição?

MATUTO> grgmbmlemdbagmbuyashubnigurathnyarlatothepcreoignem.... --- Bate a porta.

FERNANDO> Orra meu, vamo embora. Cara grosso. A gente continua isso amanha.

RICARDO> Estou precisando mesmo de uma viagem para relaxar. O lugar é tão agradável, e o dia está lindo...

Começa a chover. Muito.

GÒ> Com esta chuva, não seria melhor voltar outro dia?

ANDRE> Bobagem! Minha LR passa por qualquer lama, o que de ruim poderia acontecer?

ALASTAIR> I thought we were going to the beach...

A chuva piora. A LR derrapa. Um raio cai sobre uma arvore, que cai sobre a estrada momentos depois da LR passar.

GÓ> Eu quero voltar!

ANDRÈ> Não se preocupe, já fiz isso milhares de vezes. Nada de ruim vai acontecer!

ALASTAIR> Can I surf with this rain?

Um relâmpago cai ao longe, iluminando uma figura vagamente humanoide no topo de uma colina


CENA II – Fazenda, à noite, chuva forte. Todas a janelas estão abertas, símbolos estranhos foram talhados no assoalho.

RICARDO> Que decoração... Peculiar.

REGINALDO> Hmmm...

ANDRÉ> A caseira nova ainda não pegou o jeito. Mas são só uns arranhões. Não tem problema nenhum, o que mais pode dar errado?

DANI começa a fazer esboços das inscrições. ALASTAIR encera sua prancha. FERNANDO tira fotos. ANDRE emburra e começa a dar voltas em torno da escada.

FERNANDO> O quarto com o pentagrama é meu. Falei primeiro!

Barulho de cascos do lado de fora.

GÒ> Que barulho estranho. Estou morrendo de medo! Por isso, vou sair sozinha lá fora e investigar.

Passos. Silencio. Grito, interrompido bruscamente. Barulho de mastigação.

ANDRE> Gó, quando você terminar de brincar com os cachorros não se esqueça de limpar os pés. Se não sujarmos a casa vai ficar tudo bem.

FERNANDO> Vou dormir.

DANI continua desenhando como que em transe. ALASTAIR examina demoradamente sua prancha.

CENA III Fazenda, de manha. Neblina pesada


Todos se reúnem na mesa da cozinha, exceto GO e FERNANDO. A nova caseira esta preparando um cozido. Ela possui vasta cabeleira, veste um pesado manto negro, exala leve odor de putrefação e tem a pela acinzentada. Na panela, nacos apetitosos de carne cozinham no molho espesso. Um dos nacos está grudado em um farrapo onde os dizeres ´Turismo 2004´ainda podem ser lidos. Ninguém comenta sobre a aparência inortodoxa da caseira porque ela é nova e não querem constrange-la.

ANDRE> O Fernando não acorda!

DANI> Eu passei no quarto dele e ele não estava mais lá. Acho que já foi. Eu peguei a câmera dele.

ANDRE> Então vamos comer e picar a mula. Vai dar tudo certo hoje!

ALASTAIR> Now can we go to the beach?

Eles comem e picam a mula. Começam a caminhar em direção as ruínas. ALASTAIR leva sua prancha. No caminho, encontram estranhas pegadas de cascos bovinos, grotescamente deformados.

RICARDO> (saca uma foto do bolso de sua camisa vermelha) Esta é minha mulher e meus dois filhos. Quando a guerra terminar vou comprar uma fazenda lá em Iowa.

TODOS> Uhh...Ok.

RICARDO> Dá para ir mais devagar? Estou ficando cansado, essa nevoa púrpura ta me deixando enjoado.

ANDRE> Deixa de frescura. Vamos indo

ALASTAIR> Yeah! Now we are finally getting somewhere! --- Faz uma onda com as mãos.

RICARDO vai ficando para trás. Na tentativa de acompanhar os outros, tropeça. No chão e desorientado, ouve o tropel de cascos artiodactilos. Seus olhos reagem com terror ao que vê, mas o seu grito mal sai da garganta quando é interrompido bruscamente. Ruídos de mastigação.

ANDRE> Rosinha! Tava preocupada sô! Fica aí brincando com o Ricardo enquanto a gente vai trabalhar, fica.

REGINALDO> Gente, tem algo que eu talves devesse ter falado para vocês antes... --- O grupo emerge da mata e vê as ruinas. Reginaldo se cala.

CENA IV – Ruínas. Os modestos restos da antiga fundição são cercados por várias torres de aspecto intimidador, cobertas por gárgulas vagamente bovinoformes em poses torturadas. Está anoitecendo, começa a ventar forte. Do interior da maior das torres emerge um barulho surdo e ritmado. Reginaldo fica cada vez mais agitado. Dani olha as imagens na câmera digital de Fernando. Subitamente o terror se espalha por seu rosto

DANI> Gente!! Vocês deviam ver isso!

ANDRÈ> Não temos tempo para turismo! – Entra na torre mais alta

ALASTAIR> I can already smell the ocean. André, wait!

REGINALDO e DANI contemplam as cenas no display da câmera. Fotos que Fernando distraidamente tirara de si mesmo. Fernando. Fernando e o Pentagrama. Fernando e o Pentagrama fosforescente. Fernando, o Pentagrama fosforescente e a nevoa. Fernando, o Pentagrama fosforescente, a nevoa e uma criatura disforme com aparência de vaca, com garras e dentes afiados. Fernando em pedaços, o Pentagrama fosforescente, a nevoa, a criatura disforme com aparência de vaca, e um portal para o que parece ser o interior da torre. O Pentagrama.

REGINALDO e DANI ouvem um tropel distante. Começam a gritar.

ANDRÈ> Parem de gritar seus malucos. Fiquem quietos e tudo ficará bem.

ALASTAIR> They are already in the water! Wait for me!

Enquanto prestam atenção na comoção, ANDRE e ALASTAIR colidem com os corpos destroçados e pendurados de GO, FERNANDO e RICARDO, que batiam ritmicamente contra a parede. A cada pancada, as inscrições em baixo relevo ficavam mais distintas e brilhantes.

TODOS> AAAHHHH!!!!

REGINALDO e DANI entram correndo na torre. São seguidos por várias criaturas bovinoformes de horrenda aparência. As criaturas emitem mugidos abissais enquanto cercam o grupo em pânico. As inscrições agora brilham fortemente; os corpos pendurados sofrem espasmos enquanto ressecam; uma nevoa fina se espalha como se dotada de vontade própria, envolvendo o grupo no centro da sala e as criaturas antes de sair em direção ao breu externo.

ANDRÉ> Fiquei juntos, vai dar tudo certo.

ALASTAIR> André, you were right about these cariocas. They are really rude.

REGINALDO> É culpa minha. Eu reconheci as inscrições na fazenda. Muitas historias são contadas sobre as estranhas criaturas que rondam estas ruínas. Entre murmúrios semi-coerentes dos matutos locais há referencias a entidades inomináveis que acordariam do seu sono milenar quando as estrelas estivessem alinhadas.

DANI> Você quer dizer... Estas criaturas?!

REGINALDO> Não! Elas são apenas seus arautos. As inscrições na fazenda são uma prece para a sua invocação. Estas inscrições aqui são muito piores, elas invocam a horrível... a mãe... a...

FIGURA ENCARQUILHADA DE PRETO> ---Emerge das sombras --- Shub Niggurath, a mãe de escura prole!!!

ANDRÉ> O Marido da Selma!!

MARIDO DA SELMA (formely known as FIGURA ENCARQUILHADA)> Vocês me expulsaram, vocês riram das minha vacas. Pois riam agora. As minhas filhas foram abençoadas por Shub Niggurath, e vocês serão o primeiro sacrifício sobre o seu altar!

Um barulho grotesco e não natural se faz ouvir fora da torre. Algo se aproxima. Um rumor de flautas sopradas por bocas não-humanas se espalha como um eflúvio.

ALASTAIR> Is this funk music? It sucks!

DANI> Aaaahhhh! Deixa cair seu bloco de anotações, que se abre na pagina onde copiou as inscrições da fazenda.

REGINALDO> As inscrições! Começa a ler em uma língua gutural “Iee Inomine Alae Isvrequië...”

MARIDO DA SELMA> Tolos! Eu já fiz a invocação dos Úberes Tartáricos! As vacas do inferno responderam ao meu chamado, elas obedecem somente a mim! Nada sobre a terra ou debaixo dela se erguerá para salva-los agora!

Barulho de passos se aproximando. Mato se mexendo, galhos se quebrando. O perfil de uma figura alta aparece na entrada da torre.

FIGURA ALTA> O André, eu acordei hoje e tive a impressão que tinha jogo. Vamos jogar Dragonlance ou aquele MERP estranho do Bruno?

ANDRÈ> Vaca? Ricardo Vaca!

VACA> É, eu tive a impressão que alguém estava me chamando e...

Ele para no meio da sentença, e contempla as criaturas bovinoformes. Eles se olham inicialmente com surpresa, depois com espanto, e finalmente com o reconhecimento fraternal de uma família a muito separada.

MARIDO DA SELMA> Não! Não dêem atenção a este impostor, suas criaturas estúpidas. Ataquem estes intrometidos. Rápido, Ela se aproxima!!

VACA> Quem é esse cara? Não fale assim com elas. Elas podem ser feias e sanguinárias, mas são da minha família e eu as amo!

MARIDO DA SELMA> Infeliz! Incauto Oligofrênico! Mentecapto dez vezes amaldiçoado! --- Sua mão ossuda emerge de sob o manto, com terríveis garras recurvadas. Com velocidade incomum ele cruza o recinto e rasga o ventre de VACA.

VACA> Aaargh!!

CRIATURAS> MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!

MARIDO DA SELMA> Não!! Eu.. Parem... Arghhh!!!

Ele é despedaçado pelas enfurecidas criaturas. As criaturas ficam cobertas por seu sangue e entranhas. De alguma maneira ele se mantém em consciente agonia.

MARIDO DA SELMA> Voltem aqui! Vocês precisam ficar, Ela exige um sacrifício!

Ele estende as garras na direção do grupo. É atingindo em cheio por uma prancha lançada com destreza por Alastair.

ALASTAIR> This is a violent city indeed. I am glad the SAS training paid off though.

ANDRÈ> Vamos sair daqui enquanto é tempo. Me ajudem a carregar o vaca. Vai dar tudo certo!

O grupo sai correndo pela noite escura. Ouvem atrás de si o barulho de algo muito grande emergir da mata e entrar na torre. Gritos e ruídos inomináveis, e depois o silencio. Ninguém ousa olhar para trás.

Depois de correr por vários minutos, eles notam que não sabem onde estão. O terreno em volta não lembra nada que exista nas vizinhanças de Moeda. Enquanto ponderam este enigma, um velhinho, baixo, careca e vestindo uma túnica vermelha emerge de trás de uma pedra, e sorri enigmaticamente.

FIM (ou o começo...)

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Casa, Rio de Janeiro

Muuuito tempo sem postar. Fui e voltei de BH duas vezes (peguei um onibus no dia em que perdi o voo mencionado no post abaixo). Na semana santa foi direto para a fazenda do André, e fim de semana retrasado vim para o aniversario do meu pai.


Hoje descobri que estou com um livro (sobre física estatística) da biblioteca do CBPF a varios meses. E também que não entendo algumas pessoas... Sempre que eu entrava lá a bibliotecaria mal me dava bom dia, e me tratava como se eu estivesse a ponto de sair correndo com um exemplar raro nas maos. Hoje, quando eu cheguei ela era só sorrisos, me chamou pelo nome e gentilmente me lembrou que eu havia me esquecido de devolver um livro. Entre risadas e comentarios jocosos concordamos que eu era de fato uma pessoa esquecida, e ela me desejou todo o sucesso minha missão de achar e recuperar o tomo perdido. Acho que se eu não conseguir achar o livro ela vai batizar os flhos em minha homenagem e me colocar no testamento...

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